A primeira-dama e secretária municipal de Assistência Social de Alto Piquiri, no Noroeste do Paraná, Maria Célia de Araújo Silva, foi presa em flagrante, na terça-feira (16), por guardar irregularmente, em um arquivo fechado, 11 caixas de medicamento de uso controlado. A informação foi divulgada na quarta-feira (17) pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR).
A Promotoria de Justiça da comarca de Alto Piquiri foi a responsável pela vistoria à Secretaria de Assistência Social do município. Segundo o MP, o medicamento, cujo princípio ativo é o cloridato de metilfenidato substância classificada como psicotrópica e capaz de gerar dependência ao usuário , precisa de rigor absoluto no armazenamento, de acordo com normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Além disso, as caixas do medicamento deveriam estar sob a responsabilidade técnica da Farmácia Municipal de Alto Piquiri, responsável pelo registro e pela segurança do mesmo em armários exclusivos. A promotoria solicitou a instauração de inquérito policial para apurar o caso.
O prefeito do município e marido de Maria Célia, Elias Pereira da Silva (PV), informou que a mulher dele já foi solta. Segundo ele, o medicamento é a ritalina e era dedicado a um grupo de crianças com déficit de atenção. "Fazia alguns meses que pararam de produzir esse medicamento, mas então descobrimos que tinha em Umuarama [na Regional de Saúde]", disse.
Silva citou que o medicamento foi solicitado e acabou sendo recebido pela Secretaria de Assistência Social. "O medicamento chegou e ficou guardado em um arquivo fechado, na maneira correta", garantiu. "Foi feita uma denúncia infundada que ela estava distribuindo medicamentos de tarja preta, mas tínhamos receita e foi tudo comprado para uso das crianças."
A reportagem solicitou ao prefeito o telefone pessoal da mulher dele, mas ele não quis informar, porque ela está e se recuperando do transtorno que passou.