O prato de merenda dos alunos de várias escolas estaduais da periferia de Maringá parece o mesmo todos os dias: estão servidos arroz, feijão e carne. No máximo, uma sopa faz parte do cardápio do dia. Segundo a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP Sindicato), Vilma Garcia da Silva, a situação é constante: faltam alimentos frescos na maioria dos colégios afastados da área central da cidade.

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"As escolas de periferia não estão recebendo alimentos in natura. Já tentamos falar com o Núcleo Regional [de Educação] e eles alegam que é um problema de logística. As cooperativas que distribuem não têm comida para abastecer todas as escolas e podem escolher onde entregar. Eles acabam optando por onde é mais fácil", explica Vilma. "Não estamos reclamando da qualidade do alimento, só pedimos um tratamento igual para todas as escolas." Os alimentos in natura (perecíveis) que não estão sendo entregues nos bairros afastados são frutas, verduras, pães e leite, por exemplo. Segundo a presidente do APP Sindicato, a falta da refeição ideal prejudica a saúde dos alunos, o que, por consequência, influencia no aprendizado. "Temos prejuízo educacional com essa situação. A condição de aprendizado fica afetada", afirma.

No colégio Marco Antônio Pimenta, que fica no Jardim Internorte, zona Leste de Maringá, os alunos têm reclamado, constantemente, da falta de variedade das refeições, conforme afirma o diretor, Jociel José de Souza. "Ninguém passa fome, mas só temos o básico. A gente se sente rejeitado. Não vem aqui por quê? Só porque somos um colégio pequeno? Todo mundo é igual", queixa-se.

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Em outra escola estadual, também na região leste da cidade, a situação é ainda pior: nesta quarta-feira (9), não havia sequer arroz e feijão. Sem óleo em estoque, as merendeiras não conseguiram preparar o alimento. A diretora pediu para que ela e o colégio não fossem identificados, já que, segundo ela, poderiam sofrer sanções do Núcleo Regional de Educação por ter exposto o problema. "Talvez a maioria dos alunos fique sem comer hoje", afirmou.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado da Educação (Seed), que solicitou um email para justificar a situação. Enviado, o email não foi respondido até às 12h10.