De 2012 para 2013, o público do Festival Varilux de Cinema Francês cresceu 30% em Maringá. No total, foram 1.530 pagantes neste ano, contra 1.178 no ano passado, de acordo com o Cineflix, empresa que exibiu os filmes das duas edições locais do festival. Esse crescimento, de acordo com a administração do cinema, demonstra que há interesse do maringaense por produções consideradas alternativas.
A rede afirma que Maringá é a segunda cidade com maior receptividade a projetos semelhantes ao do Festival Varilux. Segundo o gerente de marketing do Cineflix, Juliano Tortelli, o público maringaense é um dos que mais exigem filmes legendados, artísticos e cults na grade de programação. "Maringá é um dos lugares onde percebemos melhor resposta a projetos culturais e artísticos."
A proprietária da Aliança Francesa em Maringá, Elisabeth Dei Ricardi, uma das incentivadoras do Festival Varilux no Brasil, diz acreditar que o público maringaense é bastante receptivo a apresentações culturais. "O festival tem uma importância nacional e havia uma carência do público que não mora nas capitais. A boa receptividade maringaense demonstra isso."
Graças ao crescimento do público, a edição de 2014 do Festival Varilux já está confirmada para Maringá.
Espectadores
De acordo com o Cineflix, o filme que mais atraiu o público maringaense nesta edição foi Renoir, de Gilles Bourdos. O título conta parte da história do pintor impressionista francês Auguste Renoir. A jornalista e produtora cultural Rachel Coelho, 31 anos, assistiu ao filme. Na opinião dela, é "bem artístico e com uma fotografia muito bonita."
No total, Rachel assistiu a 12 dos 14 filmes do Festival Varilux neste ano. Ela conta que não conseguiu assistir ao filme O Homem Que Ri, do diretor Jean-Pierre Améris, na noite de quinta-feira (16), porque os ingressos para a sessão esgotaram, mesmo em sessões vespertinas em dias úteis. "Achei surpreendente o interesse das pessoas neste ano."
O auxiliar administrativo Maurício Bonifácio dos Santos, 38 anos, diz-se um apaixonado por cinema, especialmente por aquele produzido fora de Hollywood. Neste ano, Ele se programou e comprou os ingressos para os 14 filmes do Varilux antecipadamente. "Achei a seleção de filmes maravilhosa. Foram escolhidos filmes bem diferentes, mas todos de ótima qualidade."Para estimular a participação de maringaenses nos eventos culturais, Santos defende que os organizadores ofereçam preços mais acessíveis para as sessões. "Consegui ir a todos os filmes [do Varilux] porque me planejei e porque pago meia-entrada. Se não fosse assim, seria mais difícil ir a todos os filmes, mesmo querendo muito."
Rachel Coelho sugere que a organização do festival pense, para a próxima edição, em um passaporte, com preço diferenciado, que daria acesso a todos os filmes. "Acho que isso poderia estimular quem gosta de cinema e até quem não conhece tanto [do cinema francês] a participar do festival."