Falsificações em Apucarana já foram investigadas
Esta não é a primeira vez que casos de falsificação são investigados em Apucarana. Em dezembro de 2010, foram fechados um escritório e três fábricas que falsificavam produtos de marcas famosas. Na época, o esquema de falsificação foi descoberto por meio de um site na internet que oferecia os produtos.
No ano seguinte, oito pessoas foram presas em outra operação contra a pirataria de produtos de confecções. O alvo era empresas de confecções e bonés que falsificavam produtos de marcas como Billabong, Mormaii, Adidas e Nike. A quantidade de material apreendido foi suficiente para encher seis caminhões.
Ontem, auditores da Receita Federal e fiscais da Receita Estadual encontraram, em vários barracões, grande quantidade de bonés e camisetas falsificadas. Alguns produtos traziam etiquetas com a frase "100% original".
Em Curitiba, delegados foram presos por extorsão
Em uma semana, esse foi o segundo caso de prisão de policiais civis no Paraná suspeitos de cobrarem propina de empresários. No dia 3, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou a operação Vortex, que pode ter descoberto uma rede de extorsão contra empresários de lojas de autopeças e ferros-velhos. A rede agiria há mais de um ano e a pagamento teria sido institucionalizado por meio da Divisão de Crimes Contra o Patrimônio.
A investigação começou há 8 meses, após um homem chamado Milton Stiegler procurar o Ministério Público para dizer que era vítima de extorsão policial. Ele seria proprietário de uma loja de autopeças em Araucária e suspeito de receptação de veículos furtados e roubados. Stiegler também foi preso durante a investigação.
Além disso, dois delegados, Gérson Machado, do 6.º Distrito Policial (DP), e o chefe da DCCP, Luiz Carlos de Oliveira, e o investigador do 6.º DP Aleardo Riguetto, foram presos por posse ilegal de arma de fogo durante cumprimento dos mandados. Eles são suspeitos de participar do esquema de corrupção, de acordo com o Gaeco.
O delegado-chefe da Polícia Civil de Apucarana, Valdir Abrahão, dois policiais civis e mais 21 pessoas foram presas, ontem, acusadas de manterem um grande esquema de falsificação de produtos, sonegação fiscal e pagamento de propina. O grupo de policiais receberia R$ 30 mil mensais de aproximadamente dez empresários, pagamentos que ocorriam em churrascos promovidos pelos agentes. As prisões foram efetuadas pelo Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) durante a operação Jolly Roger [nome da bandeira dos piratas]. A operação integrou ação nacional do Ministério Público que desarticulou, em 12 estados, quadrilhas que desviaram mais de R$ 1,1 bilhão dos cofres públicos. No Paraná, o desfalque pode chegar a vários milhões de reais.
Em Apucarana, o esquema funcionava com a participação de policiais. Segundo as investigações, Edson Sanches Antunes, superintendente da delegacia; e Sebastião Vanderlei, investigador; e o próprio delegado-chefe receberiam propina para fazer vistas grossas à fabricação dos produtos falsificados de grandes empresários, enquanto apertavam a fiscalização em pequenas fábricas.
O esquema teria começado em 2012, depois da realização de operações de combate à falsificação na cidade. Vendo a potencialidade dos empresários, os policiais passaram a oferecer "proteção" em troca de dinheiro. Segundo o promotor Cláudio Esteves, o pagamento de propina era realizado mensalmente e em dinheiro.Durante quatro meses de investigação, a relação próxima entre os policiais e empresários foi flagrada, inclusive com imagens, pelo Ministério Público. "Temos elementos consistentes dessa relação, inclusive com filmagens, declarações e apreensões de produtos", disse.
Depoimentos de empresários na tarde de ontem reforçaram a participação do delegado-chefe da Polícia Civil de Apucarana, Valdir Abrahão, no recebimento de propina. Essas revelações fizeram a Justiça reconsiderar o pedido de prisão, negado anteriormente.
Em 2011, Abrahão chegou a comandar uma operação contra a pirataria em Apucarana que resultou na prisão de oito pessoas. Na ocasião, o alvo era empresas de confecções e bonés que falsificavam produtos de marcas como Billabong, Mormaii, Adidas e Nike.
Segundo o promotor Cláudio Esteves, a maior parte dos produtos falsificados fabricados em Apucarana era encaminhada para São Paulo. Bonés e camisetas, contendo etiquetas de produtos 100% originais, eram comercializados em lojas, por exemplo, da Rua 25 de Março.
Em Apucarana e outras cidades da região não divulgadas, foram cumpridos 23 mandados de prisão e 46 de busca e apreensão. Mais de cem policiais, além de auditores da Receita Federal e do MP e de fiscais da Receita Estadual, colaboraram na operação.
Vinte e um presos foram transferidos, no começo da tarde de ontem, para a Penitenciária Estadual de Londrina (PEL 2). Já os dois policiais e o delegado foram encaminhados para a Curitiba. Um empresário continua foragido. Os suspeitos de participarem do esquema podem responder pelos crimes de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva.
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