O cumprimento de uma ordem de reintegração de posse deve desalojar nesta quarta-feira (26) mais de 20 famílias que moram em casas populares em Sarandi, a 12 km de Maringá. A ação ocorrerá pela manhã, no bairro Jardim Universal, com a presença de cerca de 150 policias militares. As famílias ocuparam as casas em março, depois que o prazo de entrega das residências venceu. Cerca de 150 pessoas vivem no local.
Nesta segunda (24) as famílias foram informadas da reintegração por representantes da Prefeitura e da PM. De acordo com o advogado dos moradores, Claudinei Codonho, haverá resistência pacífica. "Eles vão lutar para que o despejo não ocorra, mas não vão agir com violência."
A entrega das casas estava prevista para novembro de 2008, mas não ocorreu, o que motivou a ocupação das residências. Pouco depois, diz Codonho, uma servidora municipal entregou as chaves das casas às famílias, o que criou nos moradores o sentimento de posse. "Muitas pessoas fizeram até reformas nas moradias."
A versão é negada pelo assessor de imprensa da Prefeitura de Sarandi, Geraldo Irineu da Silva. Ele diz que a entrega das chaves não ocorreu. A funcionária supostamente envolvida no caso foi demitida, mas, segundo Silva, porque tinha familiares na administração municipal, o que caracteriza nepotismo.
A ordem de reintegração de posse foi emitida em abril deste ano, pela Vara Cível de Sarandi, mas ainda não foi cumprida porque a Prefeitura tentava acordo com os ocupantes das casas. "Tentou-se sensibilizar esses moradores, mas não houve acerto", diz o assessor.
Segundo ele, depois que forem reavidas, as moradias serão concluídas e entregues às famílias que estão na lista de espera do município, que tem cerca de três mil pessoas. As famílias desalojadas não sabem para onde irão depois que forem retiradas das casas.
