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Relatório final foi apresentado pelo vereador Humberto Henrique (PT) | Divulgação/CMM
Relatório final foi apresentado pelo vereador Humberto Henrique (PT)| Foto: Divulgação/CMM

Ministério Público

O relatório final da CPI ainda enviará uma sugestão ao Ministério Público do Paraná (MP-PR) para que sejam realizadas auditorias na contabilidade da empresa entre 2003 e 2010, com o objetivo de apurar eventuais irregularidades na composição da tarifa.

O relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a qualidade e o preço do transporte coletivo de Maringá apontou uma diferença de até 261% entre os valores orçados pela Transporte Coletivo Cidade Canção (TCCC) e os valores realmente gastos em peças, pneus e lubrificantes. O relatório final foi apresentado na tarde desta segunda-feira (23), mas não foi votado porque os demais membros da CPI pediram para analisar todo o documento. Um novo posicionamento será feito na próxima segunda-feira (30).

Com a diferença, a tarifa do transporte público de Maringá deveria ser pelo menos R$ 0,20 menor do que os atuais R$ 2,55 no pagamento via Cartão Passe Fácil e R$ 3 em dinheiro. Esta foi uma das conclusões da investigação da Câmara. Os trabalhos da comissão se concentraram na aferição do valor da tarifa entre junho de 2010 e maio de 2011, que serviu de base para o reajuste tarifário com cálculo matemático.

Segundo o vereador Humberto Henrique (PT), relator da CPI, a diferença no orçamento feito pela empresa e gasto real dos lubrificantes, por exemplo, destoou entre os R$ 658,1 mil apresentados em orçamento e R$ 180,2 mil gastos. O relator ainda apontou que peças e acessórios foram orçadas em R$ 3,7 milhões, mas foram adquiridas realmente por R$ 1,9 milhão, diferença de 72%.

O relator da CPI dos Transportes de Maringá formalizou 560 páginas do relatório final, apontando irregularidades em três áreas do serviço prestado pela TCCC: preço da tarifa, contrato com a Prefeitura de Maringá e na qualidade do serviço.

Entre as conclusões a respeito da passagem paga pelo maringaense, Henrique citou que o valor cobrado por passagem apresentou uma diferença de R$ 0,29 entre o orçamento e o gasto real.

Sobre o contrato assinado entre a Prefeitura e a TCCC, Henrique citou que constatou que o Município não executou obras e ações previstas em um estudo elaborado para melhorar a mobilidade urbana de Maringá. Em depoimento à CPI, o secretário de Trânsito e Segurança (Setrans), Ademar Schiavone, afirmou que desconhece o assunto.

TCCC não vai se manifestar sem documentos

O administrador executivo da TCCC, Roberto Jacomelli, afirmou à reportagem que a empresa não vai se manifestar antes de receber o relatório e passar aos advogados. "Precisamos interpretar a parte técnica e jurídica do relatório antes de analisarmos as informações", afirmou.

Já o secretário Ademar Schiavone disse que não acompanhou a divulgação das conclusões sobre a CPI.

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