O cadastramento de flanelinhas e o uso de coletes identificadores com números foram sentenciados pelo Conselho Comunitário de Segurança de Maringá (Conseg), após um ano de implantação do projeto, como um fracasso. Em entrevista à rádio CBN Maringá, o presidente do Conseg, Everaldo Belo Moreno, disse que a ideia inicial era dar fim à atividade ilegal dos flanelinhas, mas o Ministério Público não teria cumprido com o projeto de qualificação e inserção profissional dos "guardadores de carros".
Em 2008, foram cadastrados aproximadamente uma centena de flanelinhas na cidade, mas apenas metade recebeu os coletes. De acordo com Moreno, os cadastrados não compareceram às aulas de capacitação profissional exigidas e continuaram a trabalhar nas ruas. "Os coletes não servem mais para os fins aos quais foram criados. Eles estão usando espaço público para uma atividade ilegal", afirma.
Segundo Moreno, o Ministério Público alega que a atividade dos flanelinhas não estaria extorquindo as pessoas que estacionam nas ruas de Maringá, já que o proprietário do carro poderia optar por pagar ou não pelos cuidados oferecidos pelo guardador. "Isso não é verdade. As pessoas se sentem ameaçadas e acuadas", afirma.
O presidente do Conseg afirma que vai recolher os coletes dos flanelinhas e um novo projeto deve ser posto em prática. "Temos os endereços e nomes dessas pessoas e vamos cobrar a devolução. Isso vai exigir esforço da Polícia Militar e da Guarda Municipal, mas devem ser todos recolhidos até a próxima quinzena", diz. Moreno não quis antecipar qual seria o conteúdo do novo projeto sobre o imbróglio dos flanelinhas na cidade.
A reportagem tentou o contato com o procurador do Ministério Público do Trabalho, mas não o encontrou para comentar o assunto.
Em setembro do ano passado, uma briga entre flanelinhas que disputavam a "propriedade" de um dos pontos nas vias da cidade acabou em morte. Um dos envolvidos foi esfaqueado durante a confusão. O autor da agressão também foi preso.