Seis policiais e ex-policiais militares foram denunciados à Justiça pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Maringá, na segunda-feira (10), por formação de quadrilha ou bando armado para prática de diversos crimes. De acordo com a denúncia, os policias teriam ligação com mortes de diversas pessoas que serviram de testemunhas em ações penais que tramitam na Justiça da Comarca de Maringá. Eles teriam, ainda, participação no atentado contra a casa do comandante da 1ª Companhia da Polícia Militar de Maringá, em 13 de junho de 2012.
De acordo com a assessoria do Ministério Público do Paraná (MP-PR), parte dos policiais já foi afastada e expulsa da corporação. No entanto, o MP ainda solicita o afastamento dos demais.
A denúncia relaciona vários crimes nos quais o grupo estaria envolvido: prevaricação, condescendência criminosa e tráfico de influência. "Inclusive, recaem fortes indícios de que o bando dos ora denunciados tenha ligações e envolvimentos, direto ou indiretamente, com uma série de homicídios que sucederam nesta cidade e comarca de Maringá", aponta o Gaeco. Os policiais denunciados teriam, também, ligação com as mortes de diversas pessoas que serviram de testemunhas em ações penais que tramitam na Justiça da Comarca.
A Promotoria aponta que a quadrilha atuava pelo menos desde 2010. "De fato, uma vez reunidos duradouramente, os milicianos denunciados seguiram numa saga ou senda delitiva até meados do ano de 2012, quando essa quadrilha acabou sendo desmantelada, resultando em ação penal militar pelo envolvimento deles nos crimes de reunião ilícita, conspiração, motim, ameaça, e homicídio tentado, quando da realização de atentado contra a residência de um capitão, em junho do ano passado", destaca o promotor de Justiça Laércio Januário de Almeida, em trecho da denúncia.
"Além disso, estando definitivamente associados em bando estável e permanente, sempre se utilizando de armas da corporação miliciana e também armas ilícitas, unindo-se também com outros civis não qualificados nos autos, inclusive alguns dos denunciados atuando também em conluio com outros colegas de farda, protagonizaram diversos outros fatos delituoso", acrescenta.
Em nota, a Polícia Militar do Paraná informou que não compactua com nenhuma ação delituosa por parte de seus integrantes e que contribuiu com o Gaeco com as informações necessárias referentes ao caso. "Dentro da corporação também ocorrem procedimentos para apontar responsabilidades e indicar o futuro dos policiais".