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incêndio em londres

Sem ajuda do Itamaraty, família pede doações para o translado das vítimas

Rafael Cervi, Felipe, Dayana e Thaís | Arquivo de família
Rafael Cervi, Felipe, Dayana e Thaís (Foto: Arquivo de família)
Veja como foi o incêndio |

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Veja como foi o incêndio

O Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) informou nesta segunda-feira (6) que não tem previsão orçamentária nem meios administrativos para ajudar no translado dos corpos dos três paranaenses que morreram no incêndio que atingiu Londres na última sexta-feira. Diante disso, a família das vítimas está pedindo doações para juntar os cerca de R$ 135 mil estimados para o transporte dos corpos, que deverão ser enterrados em Curitiba.

O dinheiro é arrecadado em uma conta bancária que o cozinheiro Rafael Cervi (marido de Dayana Francisquini Cervi, 25 anos, e pai de Thaís, 7, e Felipe, 4) mantém no Brasil. A família afirma que o translado de cada corpo deve custar 15 mil libras – cerca de R$ 45 mil. Luana Francisquini, irmã de Rafael e delegada de polícia em Santa Catarina, deve chegar nesta terça (7) a Londres para cuidar dos trâmites necessários para o translado dos corpos.

Cervi conta que o Consulado do Brasil em Londres só entrou em contato com a família depois que foi procurado por uma equipe de reportagem que cobre o caso. "Recebi a informação de que eles não poderiam me ajudar. É incrível... Eles cobram uma fortuna por todos os serviços que oferecem e, quando a gente precisa, dizem que não podem ajudar. Estou mais revoltado com isso do que com o que aconteceu com a minha família", afirma Cervi.

Ele conta que autoridades britânicas, como a polícia e um grupo de assistentes sociais, estão prestando ajuda à família. "O engraçado é que somos brasileiros e somos mais bem tratados pela polícia e pelos assistentes sociais de Londres do que pelas autoridades do nosso país. Espero que essas regras mudem e que eles [o Consulado Brasileiro em Londres] ajudem mais as pessoas daqui."

O Itamaraty informou, por meio da assessoria de imprensa, que o apoio a ser oferecido à família paranaense diz respeito à tradução de documentos e orientação para que os corpos sejam liberados o mais rápido possível.

O Itamaraty disse ainda que compreende a dor da família e que lamenta o incidente, mas que não há possibilidade de ajuda financeira justamente porque não há uma legislação que verse sobre o assunto. O Ministério colocou ainda que o Consulado do Brasil em Londres está acompanhando o caso. Já a assessoria de imprensa da Embaixada do Brasil explicou que o caso é da alçada do Consulado e que não poderia interferir.

Solidariedade e missa

Apesar da insatisfação com o tratamento recebido das autoridades brasileiras, a família das vítimas se mostra grata com o apoio da comunidade londrina. "Aqui na nossa casa não para de chegar gente trazendo coroas de flores, o que mostra como a Dayana era uma pessoa querida por todos. É um momento de muita dor, mas também de muito conforto", falou a cunhada de Dayana, Aqueliny Ferreira.

A jornalista de Maringá que mora na Inglaterra Dayse Hess confirmou que a notícia abalou todos que estão no país. "Como brasileira eu fico comovida sabendo que uma família passou por uma tragédia dessas. Mais ainda porque envolve crianças. É um fato triste."

Entre os brasileiros que vivem no Reino Unido, o apoio se concentra em torno da Igreja Católica brasileira frequentada pela família das vítimas. "A solidariedade tem sido muito grande. Nesta terça vamos fazer uma oração com a comunidade da igreja e na quinta-feira faremos uma missa em homenagem aos três familiares que perdemos", disse o pai da Dayana, Adão Francisquini, que pretende voltar a morar no Brasil.

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