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Maringá

Sem falar português, indígena passa um ano internado em hospital psiquiátrico

Um indígena se tornou motivo de discussão e especulação em Maringá. Há cerca de um ano, o índio conhecido por "Dingo" está internado no Hospital Psiquiátrico da cidade. No entanto, um grupo indigenista suspeita que o paciente não sofra nenhum problema mental, somente não sabe falar a língua portuguesa.

A suspeita surgiu há cerca de duas semanas, quando uma índia kaingangue - que cursa Enfermagem na Universidade Estadual de Maringá (UEM) - fazia estágio na casa de tratamento psiquiátrico. Segundo Sheila Dias de Souza, diretora da Associação Indigenista Maringá (Assindi), a estudante o identificou como indígena, mas não conseguiu se comunicar com ele.

"Ela nos avisou do caso. Então, entramos em contato um cacique guarani de Santa Catarina, que por telefone, conseguiu estabelecer comunicação com Dingo", explicou Sheila. Após a conversa, o cacique informou que o índio do Hospital Psiquiátrico havia se identificado como Yuno, um guarani da etnia M´byá, com 35 anos de idade.

A reportagem também entrou em contato com o cacique Teófilo Gonçalves, para quem Dingo teria afirmado ter boa saúde. "Eu não estava ouvindo direito, mas ele falava Guarani. Me disse que não tinha nada de doença (sic) e que vinha do Paraguai", explicou o líder da aldeia Morro dos Cavalos, perto de Florianópolis (SC).

Diante da situação, a Assindi está tentando localizar a família do índio. Para facilitar a busca e a comunicação com Dingo, o grupo está tentando viabilizar a viagem do cacique Teófilo para Maringá. "Pelo que o cacique falou, acreditamos que o Dingo está normal. Por isso estamos tentando descobrir de onde ele é e resolver esse problema", explicou Darcy Dias de Souza, presidente da Assindi.

Mistério

Mas como um índio que não sabe falar português foi parar em Maringá? A história envolvendo Dingo/Yuno conta com alguns mistérios. A direção do hospital psiquiátrico não quis se pronunciar sobre a situação, afirmando apenas que recebeu o paciente de uma equipe da Secretaria de Assistência Social. Já a secretária municipal da pasta, Rosa Maria Marques de Souza, informou que o indígena foi encontrado embriagado em uma rua.

"Há um ano nós recebemos uma denúncia da população informando que um homem estava perambulando entre os caminhões. Uma equipe nossa foi verificar a situação e percebeu que ele estava alcoolizado e correndo riscos. Então eles o levaram para o Hospital Municipal", explicou.

O diretor do Hospital Municipal, Ricardo Plepis, confirmou que um indígena deu entrada no HM em 2009, mas que fará um levantamento para obter informações mais detalhadas sobre o que teria ocorrido. Ele ainda adiantou que o índio teria sido levado ao hospital por policiais militares, depois de ter tentado suicídio na Avenida Colombo, uma das vias mais movimentadas da cidade.

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