Sem-teto ampliam ocupação de casas de conjunto invadido em Sarandi

As 18 casas que continuavam desocupadas no conjunto habitacional do Jardim Universal, em Sarandi, também foram invadidas no início da noite desta terça-feira (10). Agora, as 35 unidades do conjunto estão ocupadas por famílias que residiam nas vizinhanças do local. Por volta das 23h da segunda-feira (9), um grupo de aproximadamente 50 pessoas arrombou e ocupou os imóveis. A maioria não fazia parte do cadastro de beneficiados que devem receber os imóveis depois de prontos.

Ainda na terça-feira, um grupo de oito futuros proprietários procurou a Prefeitura de Sarandi e iniciou uma mobilização com os demais selecionados. Na quinta-feira (12), a partir de 10h, eles devem se reunir com representantes da administração para discutir a melhor forma de pedir na justiça a reintegração de posse das casas. São essas as pessoas que teriam direito legal sobre os imóveis.

A construtora responsável registrou boletim de ocorrência na polícia e entrou com ação judicial pedindo a desocupação das casas. A Polícia Militar não pode agir sem determinação do juiz.

Segundo levantamento feito pela prefeitura, apenas duas das famílias que invadiram as casas estão na lista de beneficiados. A maioria dos ocupantes reside nas vizinhanças do local onde o conjunto está sendo construído, explicou Geraldo Irineu, assessor da prefeitura. "Tem gente que entrou nas casas, jogou um pano no chão e ficou por lá. Algumas famílias ocuparam dois ou três imóveis", disse Irineu. Neste momento não é possível estimar quantas pessoas estão no conjunto.

Por causa da invasão, os pedreiros que trabalham nas obras tiveram de parar os trabalhos, segundo explicou o proprietário da empreiteira responsável, José Carlos Rosas. Além dos funcionários, que saíram por uma medida de segurança, os materiais de construção também foram levados do local, e com isso houve abertura para a ocupação dos demais imóveis.

Rosas contou que as casas ainda necessitam de vidros, energia elétrica, entre outros acabamentos. Algumas unidades estão inclusive sem cobertura.

O conjunto habitacional com 35 casas começou a ser construído em setembro de 2008 e, segundo a empreiteira e a Prefeitura, deve ser concluído no final de março, dentro do prazo previsto.