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Um software livre que permite ao usuário o monitoramento dos projetos de lei e discussões legislativas de acordo com suas preferências e região. Esse é o ambicioso e possível projeto premiado da comunidade Transparência Hacker, a ser desenvolvido junto à Câmara Municipal de São Paulo. O grupo de ativistas foi um dos 12 contemplados no prêmio Innovation Challenges 2012, da Fundação Rockefeller, e receberam agora uma bolsa de US$ 100 mil para desenvolver o projeto "Open Legislative Data – Decoding São Paulo City Council" [Dados legislativos abertos – decodificando a Câmara da Cidade de São Paulo], que também deve ser implementado na Câmara Federal, segundo os criadores. De acordo com a descrição do projeto enviado, o objetivo é fomentar discussões sobre projetos de lei antes que eles sejam aprovados, quando a mobilização popular pode ter influência nas decisões dos parlamentares.

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"É uma plataforma de acompanhamento legislativo. A primeira estratégia é dispor as decisões da Câmara de uma forma mais simples e intuitiva, permitindo a busca por tema. A segunda é fazer com que as pessoas e instituições que já façam esse acompanhamento alimentem o projeto com essas informações", explica Daniela Silva, uma das idealizadoras do projeto junto com o ativista Pedro Markun. "Por exemplo: um parlamentar pede vistas de um projeto, que fica inativo por dez dias. Quem acompanha isso regularmente sabe que é uma manobra de atraso. Os ativistas podem marcar isso no projeto, funciona como um blog com uma caixa de comentários", detalha.

Ainda em fase inicial e sem data de implementação, os primeiros passos do projeto, segundo Daniela, envolvem uma reunião com a Câmara de São Paulo, para auxiliá-los com o projeto e montar um fluxograma que mostra o funcionamento da Casa. Depois, viabilizar workshops em cinco regiões da cidade para apresentar a tecnologia às comunidades. "Vamos fazer também parcerias com ONGs que fazem acompanhamento político para que elas colaborem com o programa, e um seminário reunindo ativistas que já fazem esse trabalho em várias partes do mundo para trocar experiências", completa.

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Embora se trate de um software livre, que pode ser implementado em qualquer outra cidade, Daniela explica que a adaptação não é tão simples. "Sempre há o problema da lógica dos dados. Saber como funciona o legislativo de cada cidade para adaptar o projeto a cada caso, além de, claro, depender das informações divulgadas pelas casas legislativas". A ativista lembra que muitas cidades, inclusive cidades grandes, não possuem dados abertos à consulta da população, e que o software pode servir para forçar esse processo de transparência. "A melhor forma de fazer isso é usar o mínimo de informação disponível para fazer o projeto, e mostrar, a partir dele, a importância da divulgação", explica.