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Data de nascimento define para qual hospital o paciente deve ser levado

A Gazeta Maringá teve acesso a uma cópia do contrato. No documento, o define-se que nos casos de média complexidade de traumato-ortopedia, os pacientes da 15ª Regional de Saúde que nasceram em anos com finais 1 e 2 devem ser encaminhados para a Santa Casa; com finais 3 e 4, para o Santa Rita; com final 5, 6 e 7, para o Metropolitano; e com finais 8, 9 e 0 permanecem no HU.

Já nos casos de alta complexidade, os encaminhamentos são todos para o Santa Casa e para o Santa Rita. Pacientes da 11ª, 12ª, 13ª, e 15ª Regionais de Saúde que nasceram em anos com finais 1, 2, 5, 6 e 7 devem ser levados para o primeiro hospital e os que nasceram nos anos com finais 3, 4, 8, 9 e 0, para o segundo.

O Hospital Universitário Regional de Maringá (HU) poderá fechar as portas nas próximas horas para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) socorridos pelo Siate e pelo Samu, a fim de reduzir a fila para o atendimento médico. A medida foi uma das possibilidades anunciadas na manhã desta quarta-feira (22), pelo superintendente do HU, o médico José Carlos Amador.

"Podemos fechar, hoje ou amanhã. Não é o que queremos, mas o atendimento já está sendo feito de forma desumana. Pedimos que os pacientes não se dirijam mais para cá", disse o superintendente.

Segundo Amador, a medida é também uma forma de garantir o funcionamento do sistema que envolve o HU e três hospitais privados da região: Santa Casa, Santa Rita e Metropolitano. Ele diz que existe um acordo que estabelece que todos os pacientes atendidos pelo Samu e pelo Siate sejam encaminhados primeiramente para o HU e, depois, alguns deles seguem para um dos três hospitais privados, de acordo com rodízio estipulado a partir da data de nascimento.

O HU não concorda com o sistema, não renovou a parceria, mas mesmo assim, segundo Amador, o sistema se manteve. O problema é que os hospitais privados demoram a abrir vagas e até se negam a receber os pacientes. A situação faz com que o HU fique superlotado. Na manhã desta quarta-feira (23), por exemplo, a enfermaria tinha 93 pacientes, quando a capacidade é para apenas 31. Desses 93, 15 já deveriam ter sido levados para outros hospitais. "Não concordamos que a fila dos outros hospitais se formem no HU", protestou.

Um dos casos mais graves é o de José Virizaldo de Liz, que está há 63 dias na enfermaria no HU, com uma fratura exposta na perna, à espera de uma vaga no Santa Rita. De acordo com o próprio paciente, ao longo da internação, o HU já realizou três procedimentos cirúrgicos no paciente, a fim de aliviar a dor dele.

Também faz parte do acordo a 15ª Regional de Saúde de Maringá, responsável pela gestão da central de leitos. De acordo Ercília Akie Fukui, diretora da regional, embora o acordo tenha sido feito entre os hospitais e não preveja punição, cada um dos signatários assinou também um contrato de serviço com o Sistema Único de Saúde (SUS), que prevê responsabilidades e sanções contra os que se recusarem a receber pacientes.

Sobre o acordo, Ercília entende que o sistema das datas de nascimento serve apenas para a distribuição inicial dos pacientes, não impossibilitando que outros hospitais façam o atendimento. Sobre o caso especifico de Virizaldo, que aguarda atendimento há 63 dias, a diretora disse: "A minha equipe verificou que há resolução dentro do HU. São conflitos de pareceres", disse.

O outro lado

A superintendência do Santa Casa confirmou a existência do acordo e negou que haja pacientes do hospital à espera no HU. Todos aqueles que deveriam ser encaminhados já estão internados. O número de pacientes, no entanto, não foi informado.

A equipe de reportagem entrou em contato com os hospitais Santa Rita e Metropolitano nesta manhã> Ambos ficaram de providenciar uma reposta sobre o questionamento.

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