Se não fossem os patrocinadores e os mecenas esportivos, o Grêmio de Esportes Maringá (GEM) e o Grêmio Metropolitano Maringá não teriam condições de se manter na Terceira Divisão do Campeonato Paranaense de Futebol. O motivo é o desequilíbrio da balança financeira: o dinheiro arrecadado com as bilheterias mal cobre as despesas de realização dos jogos, seja em casa ou no estádio do time adversário.
O estádio do GEM e do Grêmio Metropolitano Maringá é o Willie Davis, em Maringá. Para realizar um jogo em casa, os times gastam, pelo menos, R$ 3,5 mil. Os custos incluem viagem, hospedagem e alimentação da equipe de arbitragem, que vem sempre de Curitiba,; mais a contratação de funcionários e do serviço de emergência médica para o dia da partida.
Às vezes, até o lanche das autoridades convidadas para assistir ao jogo entra na conta. "Estamos pagando para jogar", resume o diretor da equipe profissional do GEM, Dirceu Mattos.
Os dois times realizaram apenas um jogo no Willie Davis pela Terceirona. A partida do GEM, contra o Clube Atlético Cambé, teve 492 pagantes, que deu, apenas, para pagar as contas. Já a do Grêmio Metropolitano Maringá, contra o Junior Team Futebol, de Londrina, somou 500 pagantes, mas não deu para quitar todas as dívidas. "Para ficar sem contas pendentes, teríamos de ter tido uns mil pagantes", disse o presidente do segundo clube, Maicon Oliveira. Ao menos, os dois times venceram os jogos em casa.
Jogos fora de casa
Se no próprio estádio, onde os dois times ficam com toda a bilheteria, a situação nem sempre é favorável, os jogos fora de casa desequilibram ainda mais a balança. Os gastos com a viagem, hospedagem e alimentação de toda a equipe nunca têm retorno. Nas contas do Grêmio Metropolitano Maringá, as partidas fora de casa não saem por menos de R$ 5 mil cada esse foi o valor aproximado das contas que o time pagou para jogar contra o Colorado e o Matsubara, em Apucarana.
Com o GEM, a conta ficou mais alta. O jogo de estreia no campeonato, contra o Clube Andraus Brasil, em São José dos Pinhais, custou R$ 9,3 mil. O borderô da Federação Paranaense de Futebol (FPF) aponta que o jogo teve apenas 16 pagantes destes, 11 pagaram R$ 10 e cinco, R$ 5. Isso significa que o Andraus arrecadou, somente, R$ 135. Parte desse valor foi para a FPF.
Para não se afogar em dívidas, o jeito é contar com a ajuda externa. O Grêmio Metropolitano Maringá conta com patrocinadores. Já o GEM sobrevive apenas com recursos dos próprios sócios. Segundo Mattos, a equipe ainda não realizou visitas a empresas, a fim de angariar recursos, de modo que nunca há dinheiro sobrando. Tanto para ele, como para Oliveira, nenhum dos times poderia seguir no Campeonato Paranaense se não houvesse a ajuda externa.
Se os dois times fizerem uma boa campanha e subirem para a segunda divisão, a situação financeira pode mudar para melhor. Atualmente, o Grêmio Metropolitano Maringá lidera o grupo B, com sete pontos. O GEM está em terceiro lugar no grupo A, com quatro pontos. "Se subirmos para a Segundona, e nós vamos, os gastos podem até triplicar, mas o time terá mais visibilidade e atrairá mais patrocinadores", afirmou Oliveira.
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