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Saraus se tornam "alvo" de reclamação de moradores

Em julho deste ano, o presidente da Associação dos Moradores do Jardim Universitário, Fernando Alves dos Santos, informou que existiam várias reclamações de som alto durante a realização dos saraus, além de registros de depredação e jovens consumindo bebidas alcoólicas e drogas dentro da instituição de ensino.

"Além da perturbação de sossego, temos outro problema. Nesses eventos não entram somente acadêmicos, mas qualquer pessoa de fora, o que pode ser um risco. Não somos contra as manifestações [culturais], mas o sarau deve ter o aval e o controle da universidade", declarou. Diante do problema, a associação chegou a encaminhar um ofício para a reitoria da UEM.

Para o coordenador do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Guilherme Marques, o problema está na falta de uma estrutura para realizar eventos culturais. "Prometeram uma concha acústica há 3 anos e até agora nada. A universidade deveria ter um espaço apropriado. Sem isto , o sarau acaba sendo realizado em locais que não são adequados; o que querendo ou não, acaba atrapalhando", explicou.

A reitoria da Universidade Estadual de Maringá (UEM) estabeleceu normas para a realização de saraus, festas noturnas que envolvem leituras de poemas e apresentações musicais, que reúnem sempre centenas de estudantes. As medidas foram formalizadas na última quinta-feira (29) e comunicadas na segunda (3).

O ato executivo estabeleceu que a realização dos saraus ou qualquer outra reunião festiva dentro dos campi da UEM dependerá de prévia e expressa manifestação da Prefeitura do Campus e posterior autorização do reitor. A decisão também ratificou a decisão de manter a proibição da venda de bebidas alcoólicas nos campi da instituição.

Em nota divulgada no site da UEM, a assessoria de imprensa da instituição informa que o reitor Júlio Santiago Prates Filho levou em conta a necessidade de cumprir a legislação no que se refere à segurança dos participantes dos saraus. "Os últimos saraus realizados na universidade terminaram de madrugada e reuniram cerca de 2 mil pessoas. Esta quantidade representa risco para a segurança de todos, uma vez que a legislação exige a emissão do alvará dos órgãos competentes", informou a universidade.

A assessoria da UEM ainda ressalta que Prates Filho não proibiu os saraus dentro da UEM, mas disciplinou a realização deste tipo de acontecimento. "O reitor entende que é preciso oferecer, cada vez mais, oportunidades para que os estudantes possam participar de eventos culturais na instituição, porém, quando se trata da realização de saraus, é preciso agir com prudência para evitar situações que possam colocar em risco a vida das pessoas num tumulto, além de denegrir a imagem da instituição".

DCE organiza manifestação

Apesar das justificativas dadas pela reitoria da UEM, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) questiona a decisão de estabelecer regras para a realização dos saraus. "A universidade não nos dá autorização para os eventos, alegando uma série de questões como a falta de banheiros. Mas eles mesmos não se movimentam para dar a estrutura necessária", explica o coordenador geral do DCE da UEM, Guilherme Marques.

Marques também declarou que não houve abertura para discussão. "Eles nos chamaram para uma reunião, mas simplesmente entregaram o ato executivo e viraram as costas". O grupo prepara uma manifestação nesta quarta-feira (5), quando vai cobrar mudanças com relação à realização de atividades culturais dentro dos campi. O ato terá início a partir das 13h30 e os estudantes devem se encontrar com o reitor Júlio Prates Filho.

Na ocasião, os universitários também devem cobrar o cumprimento das reivindicações feitas durante a ocupação da reitoria. Uma delas é a descriminalização da ocupação da Rádio Universitária FM. No total, oito estudantes foram intimados para prestar depoimentos na Polícia Federal .

O DCE da UEM marcou para amanhã, às 13h30, um ato de cobrança pelo cumprimento dos prazos da pauta de reivindicações do movimento que ocupou a reitoria.

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