A Universidade Estadual de Maringá (UEM) vai recorrer da medida da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que negou, nesta semana, a renovação da licença que a universidade tinha para fabricar o medicamento captopril, utilizado para controle da pressão arterial. Segundo a publicação no Diário Oficial da União (DOA), a produção da UEM está em desacordo com a legislação vigente.

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"Estamos preparando os documentos que a Anvisa exigiu e vamos recorrer na próxima segunda-feira. Provavelmente voltaremos a fabricar o remédio. Eles exigem documentos técnicos referente ao registro do produto.

Uma análise, que está sendo realizada pela USP, também está faltando. Isso acontece em todos as indústrias farmacêuticas", contou o coordenador-geral do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão em Medicamentos e Cosméticos (Lepemc) da UEM, Nelson Yochio Uesu.

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O laboratório produz em média 7 milhões de comprimidos, que são distribuídos para vários estados brasileiros, dentre eles, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso. Enquanto a licença não for liberada, a universidade não poderá participar de licitações.

"As prefeituras compram e repassam aos postos de Saúde. Não vai faltar medicamento para estes estados porque existem outros laboratórios do país que fazem o remédio e podem fornecer. Por enquanto, a produção está parada e não podemos participar de licitações."

Dificuldades de produção

Nos últimos anos, o Lepemc estava com dificuldades de comercializar os comprimidos, já que o preço não era competitivo. A principal justificativa era a de que os laboratórios privados compravam matéria-prima mais barata e podiam oferecer melhores preços.

Em setembro de 2009, o estoque de Captopril 25mg era tão grande que a universidade precisou paralisar a fabricação até encontrar compradores. Na época, a universidade contava com dois milhões de comprimidos do remédio contra a hipertensão.

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De acordo com Uesu, o volume de produção foi reduzido no ano passado, assim como o custo do produto. No entanto, o governo estadual não optou pela compra dos medicamentos produzidos na UEM. Um nova negociação seria iniciada este ano, processo que foi interrompido após a renovação da licença ser negada pela Anvisa.

Uesu não quis comentar sobre possíveis prejuízos, mas informou que cerca de 20 pessoas trabalham para o Lepemc (sendo dez diretamente),que nos últimos meses estava produzindo somente o captropil. Sem produção, também há o prejuízo para os alunos que não podem mais acompanhar o processo de fabricação industrial no laboratório.