Os vereadores de Maringá voltam a discutir a revogação do reajuste de 90% nos próprios salários. Nesta quinta-feira (16), logo após a sessão da Câmara, os parlamentares devem realizar uma reunião com portas fechadas para tratar da revisão dos valores aprovados em novembro do ano passado.
O encontro foi proposto pela nova Comissão de Finanças e Orçamento (CFO), eleita neste mês. Segundo um dos membros do grupo, Humberto Henrique (PT), a pressão exercida pela comunidade fez com que alguns parlamentares revissem o posicionamento.
É o caso de Carlos Sabóia (PMN) e Belino Bravin Filho (PP) (presidente e vice da CFO respectivamente) que haviam votado favoravelmente ao reajuste. "Existe um desejo de revermos isto. Em respeito aos demais vereadores, vamos primeiro ter esta conversa fechada e avaliar uma nova proposta", explicou Henrique.
No dia 1º de março, às 19 horas, os parlamentares terão um encontro com representantes de entidades contrárias ao reajuste. Na ocasião será apresentado o resultado da discussão feita entre os vereadores. "Se não tivermos como agradar a todos, vamos criar um projeto que possa agradar a maioria", ressaltou o petista.
Reajuste polêmico
A nova remuneração dos parlamentares, válida para a próxima legislatura (2013-2016), passa de R$ 6,3 mil para R$ 12 mil - uma elevação de cerca de 90%. A medida também beneficia secretários municipais, o vice-prefeito e o prefeito, que terão aumento no salário de R$ 17,3 mil para R$ 25 mil (elevação de 44%), maior até do que o subsídio pago atualmente ao prefeito de São Paulo (SP).
O aumento dos salários foi aprovado em regime de urgência na sessão do dia 17 de novembro. A proposta foi aprovada em primeira discussão por 10 votos a 3. No mesmo dia, a matéria recebeu novo parecer favorável durante sessão extraordinária.
Na ocasião, Humberto Henrique (PT),Manoel Sobrinho (PCdoB) e Mário Verri (PT) votaram contrários ao reajuste. Marly Martin (PPL) que não esteve presente na sessão também declarou que era contrária ao valor de reajuste aprovado.
Revoltados com o aumento, internautas se mobilizaram e em 48 horas chegaram a coletar mais de 1,4 mil assinaturas, que seriam encaminhadas para o prefeito. O movimento, chamado de "Super Salário não, revogação já!", ganhou o apoio de várias entidades.
O grupo de oposição também apresentou um projeto de lei para revogar o reajuste, mas o processo foi indeferido após parecer da procuradoria jurídica da Câmara.