Restando menos de um mês para as eleições municipais, os candidatos a prefeito de Maringá já receberam pelo menos R$1,2 milhões em doações. É o que aponta a segunda parcial de prestação de contas, divulgada na quinta-feira (6) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Entre os oito candidatos a prefeito, Enio Verri (PT) e Carlos Roberto Pupin (PP) por enquanto lideram o ranking de arrecadações no município.
Na segunda prestação, as receitas de campanha dos dois candidatos foram quase cinco vezes maiores ao valor da primeira parcial divulgada. A quantia recebida por Verri passou de R$ 115 mil para R$ 564,7 mil, enquanto as doações feitas para Pupin passaram de R$ 112,8 mil para R$ 518, 5 mil . Já o valor declarado por Wilson Quinteiro (PSB) que liderava o ranking de arrecadações no mês passado subiu de R$ R$ 157 mil para R$ 177 mil.
Desta vez, a nova parcial também traz os nomes dos doadores de campanha de Debora Paiva (Psol) e Doutor Batista (PMN). Já os demais nomes, Alberto Abraão (PV), Hercules Ananias (PSDC) e Maria Iraclézia de Araújo (DEM), ainda não tiveram a lista dos doadores de campanha liberada. Divulgar os financiadores só é obrigatório após as eleições, mas a medida é uma forma de garantir a transparência das contas.
Doadores
Na campanha de Verri (PT), a doação mais alta foi de R$ 185 mil pagos por Ricardo Benedito de Oliveira. A direção estadual do PT contribuiu com R$ 20 mil, enquanto outros R$ 15 mil saíram do próprio bolso do candidato petista. Entre os principais doadores também aparecem a Construtora OAS (R$ 150 mil), a UTC Engenharia S/A (R$ 50 mil) e a Empreendimentos Imobiliários Ingá LTDA (R$ 30 mil).
Dos R$ 518,5 mil recebidos por Carlos Pupin (PP), R$ 122,8 mil foram entregues por pessoas físicas, incluindo representantes do PP como o atual prefeito de Maringá Silvio Barros (R$ 20 mil), o secretário de Estado licenciado da Indústria e Comércio, Ricardo Barros (R$ 45 mil), e a deputada federal Cida Borghetti (R$ 35 mil). As direções nacional e estadual do PP colaboraram com R$ 150 mil. Entre os maiores doadores da campanha também estão a Ribeiro S/A Comércio de pneus (R$ 100 mil) e o Centro Universitário de Maringá Cesumar (R$ 80 mil).
Na campanha de Wilson Quinteiro (PSB), a doação mais alta foi atribuída à direção nacional do PSB, que entregou R$ 120 mil. Não é possível identificar quem são os doadores do diretório. Sem considerar o partido, os maiores colaboradores foram a Cahetel TG Comércio de Alimentos LTDA, com R$ 20 mil; e a Estação de Televisão Cidade Canção, com R$ 18 mil. Quinteiro colaborou com R$ 9 mil. Doutor Batista (PMN) informou ter apenas dois doadores. A direção municipal do PMN ofereceu 2,1 mil, enquanto Dorival Agulhon doou R$ 20 mil.
Já Débora Paiva foi a que apresentou a menor receita para a campanha em Maringá. Sua candidatura teve um único doador, Antonio Caetano , que repassou R$ 944.
Divulgação obedece Lei do Acesso
A decisão de divulgar os doadores foi tomada pela presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a ministra Cármen Lúcia, com base na Lei de Acesso à Informação. Até a última eleição, o TSE só divulgava os doadores de campanha após o término do pleito. Os candidatos até apresentavam ao tribunal em seus balanços parciais o nome das empresas e pessoas físicas doadoras, mas esses dados não vinham a público durante a campanha.
Os dados apresentados pelos candidatos e partidos nas prestações de contas parciais já podem ser acessadas no site do Tribunal. Além de repasse de dinheiro por depósito em espécie, cheque e transferência eletrônica, a lista contabiliza cessões de imóveis, salas comerciais e automóveis.