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Fim do mistério

Voluntários conseguem conversar com paraguaio internado no Hospital Psiquiátrico

Parte do mistério em torno do homem que não fala português e está internado desde 2009 no Hospital Psiquiátrico de Maringá foi resolvido nesta sexta-feira (28). Pela manhã, intérpretes levados pela Associação Indigenista de Maringá (Assindi) conseguiram conversar com o paciente. Segundo Rodinelson Ferreira, um dos voluntários que fala o idioma tupi-guarani, o homem internado se chama Digno Baluena, é da cidade paraguaia de San Juan e não se apresenta como índio. "Ele se identifica como um paraguaio que saiu para conhecer o mundo. Hoje ele se encontra bem e fala que não sente falta da família. Por ele, disse que ficaria aqui," explicou o cabeleireiro, em entrevista à RPC TV Cultura.

Mesmo tendo dito que não é um índio, a Assindi continuará acompanhando o caso. "A maior parte da população paraguaia tem origem indígena, mas eles não se identificam como índios", explicou a diretora da associação, Sheila de Souza. Agora, a Assindi busca junto aos responsáveis pela internação a autorização para liberar a imagem de Baluena, o que facilitaria o processo para encontrar a família. Tanto o grupo quanto a direção do Hospital Psiquiátrico de Maringá já informaram os consulados paraguaios em Curitiba e Guaíra sobre a situação.

De acordo com o administrador do hospital, Luiz Boligon, Baluena deu entrada no local em estado bem precário, mas que ele já estaria bem estabilizado. Mesmo com o paraguaio tendo manifestado interesse em ficar, ele afirmou que não tem condições de continuar no local. "Estamos aguardando alguém que possa assumir o paciente para ele não voltar no mesmo estado em que chegou".

Questionado se houve demora na identificação do paciente, Boligon explicou que por várias vezes foi tentada comunicação com o paraguaio, inclusive com o auxílio de pessoas que falam dialetos indígenas. "Foi tentado conversar com ele, mas demorou um certo tempo para se expressar".

Mistério

O mistério em torno do paraguaio surgiu há cerca de duas semanas, quando uma índia kaingangue - que cursa Enfermagem na Universidade Estadual de Maringá (UEM) - fazia estágio na casa de tratamento psiquiátrico e encontrou Baluena, o identificando como índio. Não conseguindo fazer contato, a universitária entrou em contato com a Assindi.

A associação por sua vez, telefonou para um cacique guarani de Santa Catarina, que conseguiu estabelecer comunicação com o paraguaio. Após a conversa, o cacique informou que o paciente do Hospital Psiquiátrico havia se identificado como Yuno, um guarani da etnia M´byá, com 35 anos de idade. O índio foi levado para o hospital após passar por uma triagem no Hospital Municipal. Antes disso, foi encontrado por uma equipe da Secretaria da Assistência Social e Cidadania (Sasc) na rua e embriagado.

Na quinta-feira (27), a diretora do hospital, Maria Emília Parisoto de Mendonça, afirmou, em entrevista à RPCTV Cultura, que o paciente tem, sim, problemas mentais. Segundo ela, Segundo a diretora, "ele é um paciente psiquiátrico, com doença mental".O caso começou a ser investigado pelo Ministério Público. A Promotoria Especial de Proteção dos Direitos Humanos e de Combate à Sonegação e a Promotoria de Proteção à Pessoa Portadora de Deficiência, ambas de Maringá, têm dúvidas se o paciente tem mesmo algum transtorno mental, como afirma a direção do hospital.

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