Os materiais cirúrgicos que o Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná comprou em caráter emergencial com recursos próprios (originários de projetos de pesquisa) devem ser suficientes apenas para mais uma semana. Segundo o diretor do hospital, Giovanni Loddo, foram usados R$ 15 mil na compra de fios de sutura e analgésicos. A escassez dos materiais já causou o cancelamento de todas as cirurgias eletivas (não emergenciais) desde a última sexta-feira. De lá para cá, foram realizadas 20 cirurgias, quando o normal seriam aproximadamente 110.
Para hoje, a previsão é de que sejam realizadas seis cirurgias. Com o estoque dos materiais normalizado, este número oscilaria entre 35 e 40 procedimentos. "Estamos reservando esses materais para casos de emergência", afirmou o diretor. Segundo ele, todos os procedimentos que estavam agendados para os próximos dias terão de ser remarcados, mas os casos de urgência continuarão sendo atendidos.
Para Loddo, a crise que afeta o hospital todo fim de ano já é rotina. "Em outubro começa (a crise) e vai até janeiro", conta. De acordo com o diretor, o problema acontece porque o hospital não trabalha com um orçamento fixo. "Sabemos mais ou menos quanto temos para receber pela produção do SUS, mas nunca sabemos quando esse dinheiro virá e qual será a fonte", diz. Loddo explica que o hospital recebe recursos tanto do Ministério da Saúde como do Ministério da Educação. Dessa vez, o atraso no repasse seria do MEC. "O Ministério ainda não tem esses recursos, ele depende da aprovação do orçamento suplementar pelo Congresso, que então passa ao Ministério do Planejamento e que daí repassa aos outros ministérios", explica. Para exemplificar as falhas nos repasses, o diretor cita o exemplo dos recursos referentes a transplantes feitos nos meses de agosto, setembro e outubro do ano passado, que só foram repassados em meados deste ano.
Segundo Loddo, o hospital tem aproximadamente R$ 700 mil em caixa, mas não pode utilizar. "Para usarmos esse dinheiro, dependemos de uma ordem de liberação de orçamento da Universidade, mas com a ocupação da reitoria pelos estudantes, a procuradoria não tem como analisar o pedido, o que dificulta ainda mais a nossa situação", afirma.
Atualmente a dívida do Hospital de Clínicas está em R$ 17 milhões. A diferença entre os custos e a receita gira em torno de R$ 1 milhão por mês. Segundo o diretor, o ideal seria trabalhar com medicamentos e materiais em estoque para um período de 70 dias, mas as falhas no orçamento permitem que as compras sejam feitas apenas para 15 dias. "Só podemos empenhar o processo de compra se temos orçamento previamente autorizado", afirma.
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