Impasse
Falta de acordo entre sindicatos pode paralisar setor
Não é somente o mau tempo que pode prejudicar voos partindo de aeroportos brasileiros. Um impasse entre o sindicato patronal e dos trabalhadores pode fazer com que aeroviários e aeronautas cruzem os braços nos próximos dias. A data-base da categoria foi dia 1º de dezembro. Uma reunião amanhã pode acelerar eventual paralisação.
O encontro ocorrerá no Rio de Janeiro e reunirá os sindicatos dos aeroviários e dos aeronautas com o Sindicato Nacional das Empresas Aéreas. Na primeira conversa, no último dia 4, a proposta patronal para reajuste salarial foi de reposição da inflação (5,6%). O pedido dos trabalhadores, entretanto, era de 10%, antes da reunião.
Caso o impasse persista, os sindicatos prometem convocar assembleias para discutir os rumos da campanha salarial e não descartam a hipótese de greve no setor. (RM)
Consumidor
Associação de passageiros vê outras falhas em companhias
Para a Associação Nacional em Defesa dos Direitos dos Passageiros do Transporte Aéreo (Andep), chuvas e temporais não são suficientes para explicar a alta frequência de atrasos e cancelamentos em voos no país. Na opinião de Cláudio Candiota, presidente da entidade, existe uma falta de planejamento.
"Se fosse um problema exclusivo de mau tempo, as outras empresas teriam índices de atrasos semelhantes aos da Gol. Até a questão da tripulação já um indicativo de falha, pois isso é uma norma internacional e as empresas precisam estar preparadas", disse Candiota, que reforçou a recomendação para que passageiros busquem os seus direitos. "Quem foi lesado, deve primeiro recorrer à própria empresa. Se não tiver resultado, buscar a Justiça." (RM)
Infraero
Investimentos garantem infraestrutura ideal, diz governo
Procurada pela reportagem, a Infraero afirmou que os atrasos deveriam ser justificados pelas empresas aéreas. A estatal, entretanto, disse que fechou 2012 com um recorde de investimentos, aplicando R$ 1,6 bilhão em obras, terrenos, equipamentos e participações societárias. Para 2013, segundo a empresa, o orçamento em investimentos é de R$ 1,5 bilhão. Além dos investimentos diretos, o governo federal também aposta nas concessões para melhorar a infraestrutura aeroportuária do país. Até o momento, já foram concedidos à iniciativa privada três aeroportos: Brasília, Guarulhos e Viracopos (Campinas). (RM)
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O temporal que atingiu o Sudeste do país na última quinta-feira provocou atrasos em efeito dominó em diversos aeroportos e escancarou a dificuldade que as empresas aéreas brasileiras têm para driblar adversidades. Todas as companhias domésticas tiveram atrasos superiores a 20% e o caos nos voos da Gol, por exemplo, terminou apenas ontem.
Para especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo, entretanto, a demora em resolver os problemas se deve mais às dificuldades financeiras do mercado da aviação do país do que pela infraestrutura aeroportuária.
INFOGRÁFICO: Quase 20% dos passageiros enfrentaram atrasos ou cancelamentos em 2012
Os problemas tiveram início a partir da tarde de quinta-feira, quando o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) já registrava chuva em todas as regiões brasileiras. Os estados do Rio de Janeiro e de São Paulo foram os mais castigados, com ventos superiores a 100 km/h e queda de granizo em algumas cidades. Na noite daquele dia, o temporal fechou os quatro aeroportos das duas capitais e provocou restrições em cinco cidades, inclusive em São José dos Pinhais, onde fica o Aeroporto Afonso Pena.
A maior parte dos problemas foi registrada pela Gol. Até o final da noite de sábado, dia em que ocorreram os maiores transtornos, o índice de atrasos e cancelamentos no país chegou a 29,6% e a empresa foi responsável por 75% deles (433 voos).
Críticas
Diante do caos, o ministro da Aviação Civil se pronunciou e não poupou críticas à companhia aérea. "Nós vamos ter que conviver com problemas climáticos, isso não dá para mudar. Agora, dá para mudar o fato de passar três dias sem responder o impacto de um problema climático grave. Foi muito demorado, não dá para ter reação lenta", afirmou o ministro Moreira Franco.
Ontem, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) consumou as críticas do ministro ao anunciar uma multa milionária à Gol. A punição é calculada com base nos autos de infração recebidos pelo órgão e, até ontem, já superava a casa dos R$ 2,5 milhões. Para a agência reguladora, a empresa não conseguiu normalizar suas operações com a mesma agilidade de outras companhias por uma falha no gerenciamento da tripulação.
Para o comandante Francisco Lyra, entretanto, a demora no retorno da normalidade foi causada pelas condições econômicas impostas às empresas aéreas. "Nesses últimos meses, as companhias tiveram de diminuir ofertas de voos e os índices de ocupação subiram. Isso faz, por exemplo, com que você não tenha reserva estratégica para substituir aeronaves retidas por mau tempo", diz o consultor da CFly Aviation e ex-presidente da Associação Brasileira de Aviação Geral.
A Argumentação de Lyra é acompanhada pela do engenheiro civil Meron Kovalchuk. "Ninguém conseguiria evitar atrasos diante de temporais como aquele."
Gol pede desculpas por "desconforto"
Em nota, a Gol pediu desculpas aos passageiros por causa do "desconforto" e disse que "a segurança de seus clientes e colaboradores é item prioritário em sua política de gestão". A empresa afirmou ainda que a situação foi normalizada ontem, quando, até as 18 h, foi registrado índice de 5% de atrasos em seus voos. O porcentual acima de 20%, de acordo com a companhia, foi causado pela fortes chuvas que acometeram a Região Sudeste do país.
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