Curitiba Os brasileiros enfrentaram mais um dia de caos nos aeroportos ontem. De acordo com balanço da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), da zero hora às 18 h da segunda-feira, 372 dos 1.420 vôos programados para ocorrer no país sofreram atrasos superiores a uma hora (26,2%), e outros 98 foram cancelados (6,6%).
No Aeroporto Afonso Pena, em Curitiba, dos 123 vôos previstos da zero hora às 17 h de ontem, 16 foram cancelados (13%) e 78 (63%) apresentaram atrasos de mais de uma hora, segundo boletim da Infraero. As empresas aéreas Gol e TAM informaram que os problemas foram causados devido às complicações nos aeroportos de São Paulo. Em Congonhas, 33,8% dos 195 vôos previstos para ocorrer até às 18 h de ontem saíram com atrasos, e 23, cerca de 11,8%, foram cancelados. Os problemas no aeroporto paulista começaram na noite de domingo, e a situação passou a se normalizar apenas por volta das 18 horas de ontem.
O Centro de Comunicação da Aeronáutica (Ceconsaer) divulgou nota em resposta à situação de atrasos nas operações de Congonhas. De acordo com a nota, "não há restrições significativas com relação ao controle de tráfego aéreo. A maior parte dos atrasos no momento está diretamente relacionada com as condições meteorológicas desde a noite de domingo".
A declaração contrariou a informação de que os atrasos nos vôos em Congonhas estariam sendo causados por problemas no controle de comunicação "devido ao tráfego intenso". Segundo o Ceconsaer, o mau tempo na região de Foz do Iguaçu, no Oeste paranaense, onde as rajadas de vento atingiram 110 quilômetros por hora na manhã de domingo, avançou para o Sudeste do país e provocou ventos de 75 quilômetros na capital paulista.
Infraero
A abertura de capital da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) é a prioridade da administração federal para uma "gestão mais eficiente" dos aeroportos, afirmou ontem, em Washington, nos Estados Unidos, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. O governo também estuda a privatização de aeroportos.
Para a ministra, a deterioração da gestão aeronáutica ocorreu no "modelo Varig". "A nós coube fazer a transição para um outro modelo, mais de empresas privadas. Isso corresponde a todo o setor aeroportuário", adiantou. "Agora, há dois movimentos possíveis: um é a abertura de capital e outro, não-excludente, é a concessão de aeroportos à iniciativa privada", adiantou Dilma.
Já o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, afirmou, no Rio, que permanecerá no cargo enquanto essa for a vontade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.