O McDonald’s foi acusado de abusar de seus funcionários e evitar impostos durante uma audiência no Senado na quinta-feira (20), na qual políticos, líderes sindicais e trabalhadores de cinco continentes proferiram acusações.
A rede de fast-food tem estado sob crescente escrutínio ao redor do mundo por alegações de abusos trabalhistas, violações em questões relativas a saúde e segurança, além de evasão fiscal na Europa, e o senador brasileiro Pablo Paim (PT-RS) convocou uma audiência para permitir que ambos os lados apresentassem suas alegações.
A Arcos Dorados, maior franqueada global do McDonald’s e sua principal operadora na América Latina, onde emprega 95 mil pessoas e faturou US$ 3,7 bilhões no ano passado, foi convidada a comparecer à audiência, mas escolheu não fazê-lo, afirmou um porta-voz da companhia.
“Estamos absolutamente convencidos de que a empresa esteve em conformidade com as leis trabalhistas desde que abriu seu primeiro restaurante no Brasil, há 36 anos”, disse a Arcos Dorados em comunicado. Ela afirmou que a companhia se orgulha de ser a maior empregadora de jovens brasileiros em seus primeiros trabalhos.
Representantes sindicais disseram na audiência que franquias do McDonald’s no Brasil negaram pagamento a funcionários por horas extras, não permitiram que eles aderissem a sindicatos e empregaram adolescentes em suas cozinhas sem equipamento de proteção, o que levou alguns a sofrer queimaduras de frituras e grelhados.
A União Geral dos Trabalhadores entrou com uma reclamação na última sexta-feira, pedindo a procuradores que investiguem acusações de evasão fiscal, competição injusta e violação de leis relativas a franquias pela Arcos Dorados.
A companhia disse que não foi informada da queixa e que está confiante de que está seguindo “rigorosamente” as leis brasileiras.