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A skatista brasileira Rayssa Leal fez uma manobra ousada - e aplaudida nas redes sociais - ao declarar a sua fé cristã em Libras nas Olimpíadas de Paris. A proibição de manifestações religiosas do Comitê Olímpico Internacional (COI) não impediu a maranhense de 16 anos de dizer na linguagem dos sinais (através de gestos manuais): "Jesus é o caminho, a verdade e a vida".
Neste domingo (28), a adolescente, também conhecida como Fadinha, conquistou a medalha de bronze no skate street feminino. Esta é a sua segunda medalha olímpica. Em 2021, em Tóquio, ela conquistou sua primeira, de prata, aos 13 anos. O feito a tornou a medalhista olímpica brasileira mais jovem.
O apelido Fadinha surgiu quando viralizou um vídeo seu, aos sete anos de idade, fazendo manobras de skate e vestida de Sininho, personagem das histórias de Peter Pan.
O seu vídeo de hoje com a declaração da sua fé viralizou e está sendo compartilhado por anônimos e conhecidos, como o ex-procurador e ex-deputado federal Deltan Dallagnol:
Na sua conta no Instagram, há vários posts em que Rayssa agradece a Deus e declara sua fé. No primeiro, fixado, no qual ela segura o troféu da Street League Skateboarding (SLS), ela diz: "No topo do mundo. Toda honra e glória seja a Deus. Obrigada, time, por todo apoio e amor. Eu amo vocês".
Já em outubro de 2023, quando ganhou o ouro nos Jogos Pan-Americanos, em Santiago, no Chile, ela escreveu: "O ouro veio. Agradeço de coração a todos pelo apoio e carinho, em especial ao meu time, que não mede esforços para me ver bem. Gratidão a Deus, Glória a ti".
Regras sobre religião nas Olimpíadas são controversas e não valem para todos
A questão religiosa, no entanto, tem ganhado holofotes durante as Olimpíadas de Paris, que mal começaram. Se por um lado o COI notificou o surfista brasileiro João Chianca, o Chumbinho, a trocar suas pranchas de surf de última hora porque a imagem do Cristo Redentor estava estampada nelas, por outro, validou a simulação da Santa Ceia na abertura dos Jogos com drag queens no lugar dos apóstolos.
Intitulada de “Festividade”, nela os personagens bíblicos foram substituídos por drag queens, uma modelo trans e o cantor Philippe Katerine quase nu, com alguns atributos de Dionísio, o deus grego do vinho e da festa. A encenação causou indignação em várias partes do mundo - não somente entre cristãos -, por ser considerada ofensiva.
Esta não foi a única contradição nas regras olímpicas no país presidido por Emmanuel Marcon. No ano passado, o Ministério de Esportes da França proibiu o uso de símbolos religiosos durante os Jogos Olímpicos de Paris, entre eles, o véu islâmico (hijab). A vestimenta é usada por mulheres muçulmanas.
A imposição impediu a jogadora francesa de basquete Diaba Konote, de 23 anos, de representar o seu país, ao não abrir mão do hijab.
"É muito hipócrita da parte da França se autodenominar o país da liberdade, dos direitos humanos, mas ao mesmo tempo não permitir que os muçulmanos ou seus cidadãos mostrem quem são", disse Konate em entrevista à BBC.