A médica Maria Emilia Gadelha Serra notificou judicialmente o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) para pedir a abertura de sindicância contra médicos que emitiram parecer favorável à vacinação de crianças contra a Covid-19. De acordo com a médica, esses profissionais têm vínculos com os laboratórios que vendem esses imunizantes e por isso existiria conflito de interesses. Na notificação, Maria Emilia apresentou informações sobre cada um dos médicos, três deles donos de clínicas de vacinação, imagens com a presença deles em congressos pagos por laboratórios e atividades comerciais afins.
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Todos os médicos citados fazem parte da Câmara Técnica de Vacinação e Imunização do Cremesp, órgão que tem estimulado a vacinação de crianças. Para a médica, o parecer emitido por esses profissionais, baseado “em baixíssimas evidências, ou pelo menos sem o devido e necessário estudo e debate”, deve ser investigado. “Afinal, qual sócio de clínica de vacinação, ou mesmo quem tenha recebido incentivos de um determinado segmento, opinaria contrariamente ao fomento de medidas que beneficiam tais agentes/setores?”, afirmou ela na notificação judicial.
No documento, Maria Emilia mencionou que já tinha notificado o Cremesp para a promoção de um debate científico mais aprofundado sobre essas vacinas, antes da emissão de qualquer parecer. Depois, ela também citou as informações das bulas dos imunizantes, com os riscos apontados pelos próprios fabricantes, e questionamentos baseados em pesquisas sobre a necessidade de aplicá-los em crianças.
A médica pediu ainda que o Ministério Público seja acionado por causa do interesse público e da gravidade do assunto. Além disso, Maria Emilia requisitou também a suspensão das atividades dos médicos citados perante a Câmara Técnica de Vacinação e Imunização do Cremesp até a conclusão do procedimento solicitado por ela.
O artigo 109 do Código de Ética Médica diz que é vedado aos médicos “deixar de declarar relações com a indústria de medicamentos, órteses, próteses, equipamentos, implantes de qualquer natureza e outras que possam configurar conflitos de interesses, ainda que em potencial”.
A Gazeta do Povo entrou em contato com a assessoria do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), para saber qual será o encaminhamento dado ao pedido, mas, até o momento, não obteve retorno.
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