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Saúde

Medicamentos made in Tecpar

Raquel Sanson faz parte da equipe do Tecpar que produzirá três novas drogas | Jonathan Campos / Gazeta do Povo
Raquel Sanson faz parte da equipe do Tecpar que produzirá três novas drogas (Foto: Jonathan Campos / Gazeta do Povo)

Em até cinco anos, três medicamentos de extrema importância para pacientes com câncer, artrite reumatoide e hepatite C deverão estar em produção no Brasil por um laboratório paranaense, de forma autônoma. Está em fase de finalização a parceria entre uma empresa russa, o Ministério da Saúde e o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) para a produção dos medicamentos biológicos peg-interferon – proteína usada no tratamento da hepatite – e dos anticorpos monoclonais rituximabe e trastuzumabe. O primeiro para o tratamento de artrite reumatoide e linfoma não-Hodgkin, e o segundo, de câncer de mama.

De acordo com o diretor-pre­­sidente do Tecpar, Júlio Félix, a parceria com a empresa russa BioCad permitirá a transferência de tecnologia de produção do princípio ativo dos biomedicamentos em até cinco anos. Com isso, será possível economizar de 50% a 70% do que hoje é gasto na importação dos medicamentos, que são ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No caso do interferon, por exemplo, só em 2012 foram gastos R$ 124 milhões em importações. Hoje, o Tecpar já produz vacinas e antígenos.

"A empresa nos procurou oferecendo a parceria. Agora, a empresa deve enviar uma proposta de trabalho ao Tecpar, que então entregará o documento ao ministério para avaliação. Mas já houve conversas informais e o ministério deixou claro que tem interesse nesses medicamentos, que hoje são obrigatórios – precisam ser oferecidos pelo SUS – e são muito caros", diz Félix. No campo da pesquisa, também deve ser firmada uma parceria com a Universidade Estadual de Maringá (UEM) e uma parte das instalações será naquela cidade. A outra ficará dentro do instituto, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC).

Desenvolvimento

A parceria é uma PDP – parcerias para o desenvolvimento produtivo, que são firmadas entre instituições públicas e entidades privadas com o objetivo de fomentar o desenvolvimento de tecnologias em áreas estratégicas, como a de biotecnologia, para diminuir custos. Os medicamentos biológicos, por exemplo, têm alto valor agregado e, embora respondam por apenas 2% do total de aquisições feitas pelo ministério, correspondem a 41% do gasto total pelo governo com remédios.

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