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Saúde

Médico até o almoço; prefeito depois

A aglomeração na entrada da Casa de Saúde e Maternidatde Nossa Senhora de Fátima, em Vicência, na zona da mata pernambucana, começa cedo. O médico fica somente até a hora do almoço porque depois tem outra ocupação.

Quando sai do consultório, Paulo Tadeu, 67, vira prefeito. Já é o segundo mandato em que ele concilia as duas atividades.

"Atendo a população, opero, faço parto. Se não fizer isso, a situação fica pior. Se eu sair, não tem médico", diz o prefeito, do PSB.

Em um dia, Tadeu atende até 80 pessoas. "De manhã venho para o hospital, fico até meio-dia. Vou para a prefeitura e volto mais tarde", explica.

Quando a reportagem esteve na cidade, o prefeito-doutor precisou sair para acompanhar o enterro de um familiar. Cerca de 20 pessoas esperaram até que ele voltasse, pois não havia mais ninguém para atendê-las.

"Essa política de trazer médico estrangeiro eu apoio como prefeito e como médico, desde que se faça a prova [de revalidação do diploma]", diz Tadeu. Ele contabiliza 20 médicos atendendo no município de 31 mil habitantes. Calcula que precisaria de outros 25 profissionais para evitar que seus eleitores procurassem outras cidades em busca de atendimento.

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