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Uningá recorre contra suspensão em Brasília

A Unidade de Ensino Superior Ingá (Uningá), em Maringá (Noroeste do estado), recorreu na última sexta-feira ao Tribunal Regional Federal (TRF) da 1.ª Região, em Brasília, para manter em funcionamento o curso de Medicina aberto em fevereiro deste ano. No último dia 23, o TRF suspendeu a liminar que autoriza o funcionamento do curso atendendo a pedido do Ministério da Educação (MEC). Conforme a assessoria de comunicação da instituição, as aulas para os 100 alunos aprovados para o curso estão prosseguindo normalmente. A autorização para o funcionamento do curso foi dada judicialmente antes da implantação de novas políticas de abertura de cursos pelo MEC.

O Brasil tem 149 cursos de Medicina em funcionamento, segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Desse total, 81 são em escolas particulares e o restante é público. O país perde apenas para a Índia – que tem 202 instituições – em número de escolas médicas. A China aparece em terceiro com 150 e os Estados Unidos em quarto com 125. Para o ex-presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Antônio Celso Nunes Nassif, o Brasil deveria adotar moratória e ficar no mínimo cinco anos sem abrir novas escolas.

Nassif defende o exemplo norte-americano que, em 1906, impediu a abertura de novos cursos e promoveu o fechamento dos que estavam sem estrutura. Para ele, os cursos ofertados devem ter qualidade para garantir a segurança dos futuros pacientes.

Moeda

A grande quantidade de instituições particulares à frente de tais cursos é questionada pelo ex-presidente da AMB. "O curso de Medicina acaba servindo como uma moeda para as universidades particulares porque tem a mensalidade mais cara entre todos os cursos", avalia.

Em relação à má distribuição de médicos formados, que se concentram nas grandes cidades e deixam as pequenas sem sequer especialistas, Nassif considera que este argumento não é válido para a defesa da abertura de novas escolas. "Não significa que os novos médicos vão para os pequenos municípios", observa. Ele atenta ainda para o fato de muitos brasileiros estarem buscando diplomas de Medicina em outros países. "Eles se formam e daí? Quem garante a qualidade de ensino que receberam?", questiona. (MGS)

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