Um obstetra foi demitido do quadro de servidores da Prefeitura de Londrina, no Norte do Paraná. A medida foi tomada após a Corregedoria-Geral do Município (Cogem) apurar que o médico “trabalhava” em dois locais ao mesmo tempo.
Segundo a investigação, em várias ocasiões, o servidor registrou ponto eletrônico na Maternidade Municipal Lucilla Ballalai - onde estava lotado desde 1995, mas saiu para trabalhar no Hospital Universitário (HU), onde também registrava entrada. Em 2013, o obstetra teria feito isso 28 vezes, sendo que, em nove ocasiões, não prestou nenhum atendimento na maternidade.
Também ficou comprovado que em outros 13 dias, o médico saiu da maternidade em horário de plantões para os quais estava escalado, sem registrar saída no ponto eletrônico. Por este motivo, ele foi condenado a restituir os cofres públicos com as verbas recebidas indevidamente.
Depois de um processo administrativo que durou dois anos, a demissão foi formalizada em 21 de janeiro pelo prefeito Alexandre Kireeff. O município informou, porém que o médico já não exercia nenhuma função nem realizou qualquer plantão desde 8 de janeiro, .
“Registrar o ponto e se ausentar da maternidade gera um potencial prejuízo ao serviço de saúde e ao erário”, explicou o corregedor-geral do município, Alexandre Alberto Trannin. Ele informou que a medida adotada pela prefeitura também impede que o servidor tome posse em outro cargo público no município. “A demissão é a penalidade mais grave prevista no Estatuto dos Servidores Públicos Municipais.”
O caso foi encaminhado ao Ministério Público (MP), que pode ingressar judicialmente com ação civil pública contra o ex-servidor pela prática de ato de improbidade.
A reportagem tentou contato com o médico, para que ele pudesse comentar o caso, mas ele não foi localizado no consultório onde trabalha. A informação é de que ele só volta na próxima quinta-feira (28). Em entrevista a RPC, o advogado que representa o obstetra disse que não iria se manifestar.
Médicos punidos
A denúncia envolvendo o médico demitido foi feita pela direção da Maternidade Municipal Lucilla Ballalai, que apontou outras irregularidades envolvendo outros profissionais da saúde. A corregedoria comprovou que seis médicos plantonistas deixaram o trabalho pelo menos uma vez antes do fim do expediente.
Um dos profissionais da saúde foi repreendido e outros cinco foram suspensos por até 15 dias. Os médicos já cumpriram a punição e estão trabalhando normalmente.