O médico Raphael Suss Marques, preso na última sexta-feira (25) suspeito da morte da namorada, a fisiculturista Renata Muggiati, agora passa por uma investigação dentro do Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR). Ocorre que Marques teria feito propaganda e se apresentado como especialista em algumas áreas clínicas, mas não teria o registro delas no órgão regulador da medicina do estado.
Em nota, o CRM-PR diz que realiza um levantamento de informações baseadas no que foi divulgado sobre ele nos meios de comunicação a respeito das especialidades que ele estaria exercendo antes da prisão, sem, entretanto, ter registro necessário para isso, o que é contra a legislação vigente na medicina.
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No site do médico consta que a clínica que leva o nome dele atuaria na área de endocrinologia, medicina esportiva e medicina e estética. Contudo, na busca pelo nome do profissional e pelo registro dele no CRM-PR, no campo “especialidades/área de atuação” consta a informação “Ssem especialidade registrada”. Para exercer essas especialidades, é necessário fazer residência médica.
Residência médica
Segundo o conselho, isso não quer dizer, por ora, que o médico não teria a habilitação necessária para exercer medicina nessas áreas que constam em seu site. Ele pode ter feito as residências médicas necessárias, mas não as registrou no conselho, o que, segundo o CRM-PR, também é ilegal. Conforme explica o CRM-PR, via assessoria de imprensa, um médico precisa fazer dois anos de residência médica em medicina esportiva e outros dois anos em endocrinologia para obter registro nas sociedades brasileiras de cada uma dessas áreas e, dessa forma, exercer as especialidades. Sobre “medicina e estética”, segundo o conselho essa habilitação não é reconhecida na área médica.
Mesmo com o levantamento de informações, de acordo com a nota do conselho, “ainda não há indicativo de violação ética para substanciar a imediata abertura de procedimento sindicante que, caso venha ocorrer, tramitará sob sigilo”. A sindicância é uma etapa para que seja aberto um processo ético-profissional, “que tem o seu rito singular ao da Justiça Comum, no que tange os princípios da ampla defesa e do contraditório”.
O CRM-PR ainda diz que não recebeu por parte da Polícia Civil quaisquer informações “associando a conduta ético-profissional de médico inscrito nesta autarquia às circunstâncias da morte de Renata Muggiati”. A jovem teria sofrido um processo de asfixia antes de cair da janela do apartamento. Dentro das investigações, a Polícia Civil apura informações sobre medicamentos que Renata possivelmente utilizava.
De acordo com as investigações feitas pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Marques é apontado como suspeito porque ele seria a única pessoa dentro do apartamento e que estava com Renata.