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Os médicos que participam do 44.º Congresso Brasileiro de Cirurgia Plástica, que se realiza em Curitiba até o dia 17, estão preocupados com uma questão que vai além das novidades e técnicas de procedimento. Os profissionais discutem o perigo da banalização da cirurgia plástica.

A grande estrela do congresso, Ivo Pitanguy, acredita que a cirurgia plástica virou rotina na medida em que os conceitos e técnicas evoluíram. "Há mais de 40 anos quando esse tipo de cirurgia não era tão recorrente e a auto-estima dos brasileiros não era tão presente, a pessoa que nascia com nariz grande, com orelhas para a frente ou com seios muito grandes, acreditava que teria de viver para sempre com essas deformidades", lembra. "A cirurgia plástica veio para fazer também essas correções, além de acabar com deformidades decorrentes de traumatismos. Mas as pessoas passaram a encontrar ‘defeitos’, muitas vezes onde não existem e passaram a fazer cirurgias plásticas."

Pitanguy diz que o contato com o médico e o atendimento humanizado são fundamentais para a indicação da cirurgia. "O médico deve ouvir o paciente, analisar o procedimento e identificar se o desejo da pessoa não é oriundo de um problema psicológico", ensina. "Quando se percebe um exagero, é melhor encaminhar o paciente para um psicoterapeuta. Se este paciente não encontrar um profissional capacitado acaba fazendo uma cirurgia desnecessária." Para o cirurgião, cabe ao profissional bem preparado identificar se a deformidade, independentemente do tamanho, causa um sentimento de exclusão e fazer a correta indicação.

O Brasil está em segundo lugar no ranking mundial de cirurgias plásticas, perdendo só para os Estados Unidos. No ano passado, foram feitas 700 mil cirurgias no país, sendo 60% estéticas e 40% reparadoras – um número sete vezes maior durante os últimos dez anos. Os adolescentes, de 14 a 18 anos, representam 15% dos pacientes.

A presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBPC), regional Paraná, Ana Zulmira Diniz Badin, alerta para que os pacientes pesquisem sobre o médico, conversem com pessoas que já foram atendidas por ele. "Verifiquem se ele tem registro na SBPC e pesquisem sobre o passado dele", ensina.

Consentimento

Muitas pessoas que vão fazer uma cirurgia plástica não sabem que devem assinar um Termo de Consentimento para garantir um pós-operatório sem problemas. Cada médico tem um protocolo próprio que de ser assinado por ele e pelo paciente.

"O paciente se esquece de que tem alguns deveres a cumprir depois da cirurgia como por exemplo o período de repouso, a restrição para dirigir e levantar peso. Tudo depende do tipo de cirurgia, mas a padronização dá um direcionamento e aumenta a responsabilidade do médico e do paciente", diz Ana Zulmira.

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