Os médicos que trabalham nos Centros Municipais de Urgências Médicas de Curitiba (CMUMs) devem entrar em greve na próxima segunda-feira (22), sem dia determinado para voltar ao trabalho. A paralisação foi aprovada du­­rante assembleia feita na se­­gunda-feira passada. As reivindicações dos médicos são a melhoria das condições de trabalho e reajustes na remuneração. Du­­rante a greve, será feita uma escala para que no mínimo 30% dos profissionais continuem atendendo, o que não fere princípios legais.

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Os médicos não são funcionários da prefeitura e, sim, terceirizados por quatro entidades, sendo eles a Pontifícia Universidade Católica do Paraná, a Fundação da Universidade Federal do Paraná, o Hospital Evangélico e o Hospital Cruz Vermelha. É feito entre elas um convênio, sendo a prefeitura responsável pelo repasse de verbas e as entidades responsáveis pela aplicação dos recursos e contratação dos profissionais. Na noite de ontem, a coordenadoria de gestão da Secretaria Municipal de Saúde, que organiza o convênio, se reuniu com representantes dos hospitais para definir o que será feito pelas entidades para suprir a falta de médicos, no caso da greve realmente acontecer.

Segundo o Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (Simepar), a maior confusão dos médicos é saber com quem negociar essas reivindicações para que a greve não ocorra. Para a prefeitura, a negociação deve ser feita com as empregadoras, que devem cuidar de como o repasse é distribuído e determinar a remuneração dos médicos. Porém, as empregadoras consideram que o valor do repasse precisa ser negociado para aumentar os salários. Mas, para o presidente do Simepar, Mario Ferrari, a negociação deve continuar ao longo desta semana. "O não atendimento das solicitações levou à greve, uma opção ruim para todos, mas necessária."

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Ferrari diz que o convênio acaba causando um tratamento discriminatório aos médicos, que não fazem concurso para trabalhar. "A remuneração e as condições de trabalho são inadequadas, o que faz com que os profissionais se afastem. Com isso outros médicos precisam trabalhar jornadas de mais de 100 horas semanais. É um ciclo vicioso", analisa. E quem acaba sendo mais prejudicado são os pacientes que precisam do atendimento.