Médicos paralisam atividades novamente nesta quarta-feira (31). A suspensão dos atendimentos tanto na rede pública quanto na privada atinge dez estados: Amazonas, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
A Federação Nacional dos Médicos (Fenam), que representa 53 sindicatos, orientou que os atendimentos de urgência e emergência devem ser mantidos. A categoria protesta contra o programa do governo federal Mais Médicos e os vetos à Lei do Ato Médico. Em Rondônia, o sindicato (Simero) desistiu de prosseguir com o ato nesta quarta. Este é o segundo dia consecutivo de paralisação nesta semana.
No Amazonas, médicos da capital se reuniram, na manhã desta terça, em frente à Maternidade Mauro Tapajós. Ao mesmo tempo, uma comissão coordenada pelo presidente do sindicato da categoria no estado (Simeam), Mário Viana, se encontra com o governador para discutir as questões da classe.
Em Goiás, permanecem suspensos os atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), bem como consultas, cirurgias e exames pré-agendados. A paralisação foi iniciada nesta terça, dia 30, e de terminar à meia-noite. Os serviços de urgência e emergência estão mantidos.
No Mato Grosso, médicos também aderiram à paralisação na terça e nesta quarta. No dia 8, está prevista uma audiência em Brasília com os parlamentares para debater os vetos à Lei do Ato Médicos a as reivindicações dos profissionais de saúde. Além disso, a categoria reclama de demissões de médicos em prefeituras do interior.
No Mato Grosso do Sul, médicos e estudantes de Medicina se manifestam na Praça Ary Coelho, localizada na região central da capital do estado, Campo Grande. Eles criticam a falta de estrutura no setor da saúde.
No Paraná, médicos de municípios do oeste do estado, como Santa Helena, Guaíra e Toledo, suspenderam atividades. Na cidade de Cascavel, as consultas ginecológicas e ortopédicas do Hospital Universitário seguem paralisadas até esta quinta-feira, dia 1º. Em Foz do Iguaçu, o Conselho Regional de Medicina (CRM) informa que adesão de profissionais à mobilização chega a 70%.
Em Pernambuco, cerca de 100 médicos decidiram fazer, das 8h às 14h, um mutirão de atendimento à população, no Memorial da Medicina, localizado em Recife. Foram distribuídas 510 fichas por ordem de chegada. O presidente do sindicato da classe no estado (Simepe), Mário Jorge Lôbo, explica que a ação é uma forma de minimizar o sofrimento dos cidadãos que acabam sendo atingidos pelo protesto. A atitude, que atraiu até gente do interior, expôs as dificuldades enfrentadas por pacientes para conseguir uma consulta na rede pública. Aproximadamente 900 pessoas apareceram em busca de cardiologistas, clínicos, pediatras, dermatologistas e urologistas que passaram o dia atuando como voluntários.
No Rio de Janeiro, médicos se concentraram na Praça da Cinelândia, na capital do estado, no início desta tarde. Cerca de 100 manifestantes ocuparam, pacificamente a escadaria da Câmara dos Vereadores. Em seguida, o grupo caminhou até a Assembleia Legislativa (Alerj) e interditou parcialmente Rua Primeiro de Março.
No Rio Grande do Sul, médicos e estudantes protestaram no Hospital de Clínicas e na Santa Casa de Porto Alegre. O sindicato da categoria no estado (Simers) prevê que cerca de 23 municípios devem aderir à paralisação nesta quarta, como ocorreu na terça.
Em Santa Catarina, o Conselho Superior das Entidades Médicos do estado (Cosemesc) confirmou a paralisação geral da categoria. Somente os serviços de urgência e emergência e tratamentos que não podem ser interrompidos foram mantidos. Nas cidades de Florianópolis e Chapecó, está previsto mais um enterro simbólico do ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Em São Paulo, médicos da Baixada Santista aderiram ao movimento e suspenderam também as atividades. Protestos estão marcados em Santos, São Vicente, Cubatão, Guarujá e Praia Grande, segundo o sindicato da classe (Sindimed). Os profissionais ainda seguem para a capital do estado, em ato marcado para ser realizado na Avenida Paulista.
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