Os 130 médicos e 450 funcionários do Hospital Municipal de Araucária ainda não sabem se vão receber os salários do mês de julho. Na última quarta-feira (23), uma nova empresa assumiu a administração do hospital depois que a prefeitura rompeu o contrato com a Pró Saúde alegando má gestão da instituição. O município alega que os médicos estavam sem receber salários e faltava medicamentos e até alimentação para os pacientes.
A prefeitura de Araucária alega que os salários dos 130 médicos que atuam no hospital estão atrasados desde janeiro. Mas, de acordo com a Pró Saúde, a explicação é outra. "Nós acertamos com a equipe médica o pagamento parcial em alguns casos, mas a equipe da UTI, por exemplo, a gente tinha de pagar integralmente", explica o diretor operacional da Pró Saúde, Marcelo Bittencourt. Ele garante que os salários de algumas equipes estão dois meses atrasados. "Algumas equipes são só dois meses. A média são três meses de atraso", defende. De acordo com ele, faltou dinheiro para pagar todo mundo. "Nós tínhamos uma reserva de caixa que foi usada ao longo de 2013", completou.
O motivo da falta de dinheiro, de acordo com a Pró Saúde, foi a abertura do pronto socorro, em agosto de 2012. "O hospital veio com um déficit financeiro desde o ano passado por causa da abertura do pronto socorro", disse Bittencourt. "Nós tivemos que custear a abertura, mas o repasse da prefeitura continuou o mesmo", completa. O diretor operacional afirma que desde 2012, 22 processos administrativos foram protocolados na prefeitura pedindo o aumento nos repasses. "Todos os processos administrativos se referem ao equilíbrio financeiro e econômico do contrato", garante Bittencourt.
Para pagar os salários de julho, a Pró Saúde afirma que depende do repasse do município. "O pagamento dos funcionários até junho está em dia. O pagamento de julho será depositado até o quinto dia útil de agosto, mas para isso dependemos da prefeitura nos pagar", diz Bittencourt. De acordo com ele, a Pró Saúde tem um total de R$ 11 milhões de dívidas para quitar, entre rescisão dos contratos, pagamento de médicos, impostos e fornecedores. O valor a receber da prefeitura, segundo a empresa, é de R$ 13 milhões.
Falta de medicamentos
Entre os motivos para a rescisão do contrato, a prefeitura de Araucária alegou a falta de medicamentos e até de alimentação para os pacientes do hospital. O diretor operacional da Pró Saúde nega a acusação. "Às vezes, em uma instituição de saúde, há falta de medicamentos, mas isso é pontual. Nenhum paciente ficou sem medicamento e sem alimentação", garante.
Prefeitura
A prefeitura de Araucária afirmou que a responsabilidade do pagamento dos salários é exclusivamente da Pró-Saúde. O Executivo municipal afirmou ainda que efetuou rigorosamente em dia todos os pagamentos à Pró-Saúde, conforme previsto em contrato, no valor total de R$ 2,8 milhões por mês. A administração municipal alega que, conforme previsão contratual, este valor deveria ter sido utilizado para a manutenção do hospital, aquisição de medicamentos, insumos e, principalmente, para o pagamento dos colaboradores.
A prefeitura também nega a dívida de R$ 13 milhões com a antiga gestora do hospital e afirma ter todos os comprovantes de pagamento que provam que a prefeitura está em dia com a Pró-Saúde. Outra alegação da prefeitura é que a Pró-Saúde, em momento algum, apresentou formalmente esta possível dívida.
Atendimento no hospital
O Hospital Municipal de Araucária está realizando somente atendimentos de urgência e emergência e à gestantes. A prefeitura informou que a Bio Saúde, a nova administradora do Hospital, está em processo de compra de medicamentos, insumos, alimentos e recontratação de equipe para que, dentro do menor prazo possível, o hospital possa voltar a atender com 100% da sua capacidade.
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