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Médicos e políticos exaltam pioneirismo de Ivo Pitanguy

O cirurgião plástico, durante visita a Curitiba, em 2006 | Naideron Jr./Gazeta do Povo/Arquivo
O cirurgião plástico, durante visita a Curitiba, em 2006 (Foto: Naideron Jr./Gazeta do Povo/Arquivo)

Figuras proeminentes da medicina e política brasileira manifestaram condolências pela morte do cirurgião plástico Ivo Pitanguy, neste sábado (6), e exaltaram a competência e o pioneirismo do mineiro.

O médico oncologista Drauzio Varella destacou a projeção internacional do cirurgião. “O Pitanguy era uma figura ímpar. Cirurgião extremamente habilidoso, pegou o nascimento da cirurgia plástica estética e soube projetá-la como ninguém. Operou pessoas de todo o mundo. Nenhum médico brasileiro da sua geração conseguiu a repercussão internacional que ele teve. Isso despertou muita inveja, ele sofreu muita pressão, mas com o tempo todos se renderam às evidências.”

O cardiologista Roberto Kalil exaltou o legado de Pitanguy. “Há pessoas que morrem e outras que apenas desaparecem fisicamente. É o caso do dr. Pitanguy, que nunca vai morrer. Todo legado dele continuará aqui, vívido. Ele representou tudo para a cirurgia plástica no Brasil e no mundo”, disse.

Paulo Niemeyer Filho, neurocirurgião e diretor do Instituto Estadual do Cérebro do Rio, diz que Pitanguy “foi um homem brilhante que elevou a profissão médica, tornou-se um modelo de competência, dedicação e seriedade para várias gerações. Um orgulho para a classe”, afirmou.

“Pioneiro em sua área, divulgou, no mundo, a importância de sua técnica ao devolver a harmonia estética e a felicidade a um sem número de pacientes. Atendeu reis e rainhas mas também criou uma escola, na Santa Casa do RJ, onde pacientes carentes eram tratados no mais alto nível. Além de toda admiração, tenho por Pitanguy um carinho especial por uma longa amizade, que começou com meu pai [Paulo Niemeyer]. Vamos ter saudades”, disse o neurocirurgião.

“Perdemos um dos ícones da cirurgia plástica mundial. Foi o professor que criou a maior escola de cirurgia plástica do mundo. Se o Brasil é hoje uma referência em cirurgia plástica, deve isso a ele”, disse o cirurgião plástico Arnaldo Lobo Miró, presidente da Associação dos Ex-Alunos do Professor Ivo Pitanguy.

“Além de ser um tremendo cirurgião, referência técnica no Brasil e no mundo, ele também tinha um olhar social muito aguçado. Tinha uma atuação voltada para os menos favorecidos, o que torna um modelo de médico para as novas gerações. Era um médico da alma e do físico”, afirma Miguel Srougi, professor titular de urologia da USP.

Políticos

Presidente interino, Michel Temer (PMDB) manifestou pesar em sua conta oficial do Twitter. “O Brasil perde um de seus mais renomados cientistas e intelectuais. Ivo Pitanguy dedicou a vida a ajudar as pessoas a viverem melhor”, escreveu. “É, também, autor de um importante trabalho social que privilegia o atendimento aos mais necessitados. Fará muita falta”, completou.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), também utilizou a rede social para manifestar suas condolências. “Pesar pelo falecimento do Ivo Pitanguy, médico brilhante que formou gerações de cirurgiões plásticos. Minhas orações e sentimentos à família”, escreveu o tucano.

Imortais

Membros da Academia Brasileira de Letras também lamentaram a morte do cirurgião plástico Ivo Pitanguy.

Pitanguy era o quarto ocupante da cadeira nº 22 da instituição literária desde 1990, quando foi eleito.

“Nós estamos perdendo um de nossos mais representativos acadêmicos, alguém que honrava a casa. Estou muito impactado, bastante emocionado. Ele era representativo em todos os sentidos, como acadêmico, como amigo e como cidadão. Ele cumpriu o destino dele com a vida que teve”, disse o presidente da ABL Domício Proença Filho.

O escritor Antônio Carlos Secchin também lamentou a morte do colega: “Ele sempre se destacou pela elegância e discrição. Ele era uma pessoa muito interessante, era um humanista, tinha uma cultura literária muito vasta e não se limitava à medicina.”

Em seu discurso de posse, em 1991, o renomado cirurgião enalteceu sua especialidade e a importância da divulgação científica, dizendo acreditar que o campo do conhecimento que escolheu “encerra uma finalidade transcendente, que é a tentativa de harmonizar o corpo com o espírito, a emoção com a razão, visando estabelecer um equilíbrio interno que permita ao indivíduo reencontrar-se, reestruturar-se, para que se sinta em harmonia com sua própria imagem e com o universo que o cerca”.

Na ocasião, Pitanguy foi recebido com discurso do médico e ensaísta Carlos Chagas Filho, que afirmou que o novo imortal “não conquistastes prestígio, fama e glória através de oportunidades desvalidas, mas sim através de um esforço próprio, guiado sempre pelo desejo de realizar o ideal de servir a todos quantos necessitassem de vosso auxílio”.

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