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Abaixo-assinado

Entidades médicas entregaram ontem ao presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), um abaixo-assinado com 42 mil assinaturas contra a aprovação da medida provisória que institui o programa Mais Médicos. Renan prometeu analisar o pedido durante a votação da medida.

O presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Geraldo Ferreira, disse que alguns pontos da medida podem ser "úteis" para a sociedade, especialmente no que diz respeito ao envio de médicos para o interior. A Fenam, no entanto, defende a necessidade de revalidação do diploma para atuação no país – medida descartada pelo Mais Médicos.

Contrário à aprovação do programa Mais Médicos, o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto D'Ávila, afirmou ontem que os médicos vão fazer campanha nos consultórios e hospitais contra a proposta do governo.

Os médicos vão entregar folhetos e orientar os pacientes, segundo D'Ávila, contra uma medida que atende a interesses eleitorais para beneficiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff.

"A cada paciente que atendermos, vamos entregar um folheto, vamos orientar, dizer que não é assim que se faz saúde, que isso é fruto apenas de uma maquiagem, ilusionismo para atender interesses que serão consolidados – não espero que aconteça isso – mas serão consolidados em 2014", afirmou.

O presidente do CFM disse que o programa é uma "farsa" e um "engodo" porque os reais problemas da saúde pública brasileira não envolvem a falta de médicos. "Não faltam médicos no Brasil. Falta infraestrutura, falta carreira de Estado, falta respeito à população e a todos os profissionais de saúde", afirmou.

D'Ávila disse que o governo defende a vinda de médicos cubanos no programa Mais Médicos para "catequizar o povo mais carente e vulnerável do Brasil".

O presidente do CFM descartou, por enquanto, a paralisação dos médicos contra a aprovação da MP. Mas disse que a ideia não está descartada se a categoria não for tratada com "respeito" pelo governo. "Vai depender da maneira que seremos combatidos e desrespeitados. Ao desrespeito, vamos reagir com desrespeito também."

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