São Paulo Os médicos do Sistema Único de Saúde (SUS) de todo o país iniciaram uma mobilização que pode culminar em paralisação nacional na próxima semana. Na quarta-feira, a Associação Médica Brasileira (AMB), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Federação Nacional dos Médicos (Fenam) realizam o "Dia do Protesto", uma mobilização em defesa do SUS. A ação seguirá um calendário de atividades durante toda a semana.
No dia de mobilização, serão realizadas uma série de atividades que, segundo os organizadores, servirão para mostrar a rotina dos médicos brasileiros e chamar a atenção de autoridades e da sociedade para as condições de trabalho nas unidades públicas de saúde. Os problemas do SUS foram debatidos durante toda a semana durante a 13.° Conferência Nacional de Saúde.
Segundo o coordenador da Comissão Nacional Pró-SUS, Geraldo Guedes, e um dos organizadores da mobilização, os atendimentos de urgência e emergência serão mantidos caso ocorra uma greve na rede pública de sáude. "A mobilização não vai ferir o código de ética, que prima pelo atendimento integral em casos de urgência e emergência", explica.
As principais críticas do movimento são à falta de infra-estrutura no SUS e aos baixos salários, que obrigam os profissionais a acumular dois ou mais empregos e diminuem a qualidade do atendimento aos pacientes.
Uma das reivindicações da campanha é o estabelecimento do piso salarial de R$ 6.963,52 para 20 horas de trabalho, além de adoção de um plano de cargos e salários. Hoje, de acordo com Guedes, há locais no Nordeste em que os salários dos médicos não passam de R$ 600 mensais.