Médicos-residentes de Curitiba definem na quarta-feira adesão à greve nacional

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Os médicos-residentes de Curitiba ainda não decidiram se vão aderir à paralisação da categoria. Em uma assembleia realizada na segunda-feira (16), os residentes votaram pelo indicativo de greve, que seria deflagrada na sexta-feira (20). Uma nova reunião, que será realizada na quarta-feira (18), é que vai definir como será a mobilização na capital.

Na manhã desta terça-feira (17), os hospitais Cajuru, de Clínicas e Evangélico ainda não haviam sido notificados sobre uma possível paralisação. De acordo com Maria Cecília Beltrame Carneiro, presidente da Associação dos Médicos-Residentes do Paraná (Amerepar), a categoria espera a participação de mais residentes na assembleia de quarta-feira (18) para tomar uma decisão em relação à adesão à greve.

Para ela, o anúncio feito pelo governo federal na noite de segunda-feira (16) – em que foi oferecido reajuste de 20% para a categoria e a instalação de um grupo de trabalho para discutir as reivindicações – foi uma tentativa de coibir a greve, que já começou em outros estados. "A associação nacional dos médicos-residentes pretende analisar a proposta com os representantes dos estados, mas ainda não está discutindo com o governo", ressalta.

Segundo o médico-residente Murilo Murata, responsável pela Associação dos Médicos-Residentes do Hospital Evangélico, os residentes do hospital também vão realizar uma reunião prévia para definir se vão aderir à paralisação. "Vamos ter uma reunião interna e depois com os médicos dos outros hospitais. A intenção é fazer uma mobilização organizada, com todos os hospitais", explica.

Interior

No Hospital Universitário (HU) de Londrina, os 154 médicos-residentes anunciaram a adesão à greve por tempo indeterminado. A paralisação começaria nesta terça-feira (17). A diretora-clínica do HU, Denise Akemi Mashima, afirma que o hospital foi avisada da paralisação, mas ainda é preciso reorganizar a rotina do hospital, já que os residentes atuam com alunos e professores em todos os setores. Com a paralisação, os próprios alunos e professores continuarão fazendo o trabalho.

Reivindicações

A principal reivindicação é o reajuste de 38,7% na bolsa-auxílio, congelada há quatro anos no valor de R$ 1.916,45. Se os ministérios da Educação e da Saúde aceitarem o pedido dos residentes, a nova bolsa-auxílio será de R$ 2,7 mil e terá reajustes anuais com data-base em 1.º de setembro. Além do aumento na bolsa, eles pedem ampliação da licença maternidade e paternidade e que haja instrutores para acompanhar os residentes.

Mobilizações

A última greve aconteceu em 2006, com adesão parcial. O governo, depois disso, chegou a ofertar um aumento de 30% – o ajuste não foi cumprido. Em abril deste ano, cerca de 60 médicos-residentes do Hospital de Clínicas de Curitiba se reuniram na Boca Maldita para reclamar do valor da bolsa-auxílio – na época pediram ainda auxílio moradia e alimentação.