O presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Cid Carvalhaes, anunciou nesta segunda-feira (16) que os médicos residentes de hospitais do Sistema Único de Saúde em todo o Brasil vão entrar em greve a partir desta terça (17). Entre as reivindicações dos cerca de 22 mil profissionais está o reajuste de 38,7% na bolsa-auxílio paga a esses profissionais, afirmou.
Segundo a entidade, os residentes recebem R$ 1.916,45. O valor está congelado desde 2006, disse Carvalhaes. Os médicos residentes pedem ainda que seja fixada uma data-base anual para a categoria, a melhoria da supervisão dos programas de residência e o direito a licença maternidade.
O objetivo principal do movimento, segundo o presidente da Fenam, é qualificar o programa de residências. "O reajuste é relevante, mas perderia o contexto sem a melhoria das condições de trabalho, principalmente na formação dos médicos", afirmou Cid Carvalhaes.
Ainda segundo Carvalhaes, o movimento chegou a negociar as reivindicações com os ministérios da Educação e da Saúde, que teriam alegado falta de orçamento para atender aos pedidos dos residentes.
Em nota divulgada nesta segunda-feira (16), o Ministério da Saúde informou que ofereceu aumento de 20% na bolsa mensal a partir do Orçamento de 2011. A proposta só foi possível por meio do remanejamento de recursos de outros projetos dos órgãos financiadores.
O texto também anuncia a criação de um grupo de trabalho para analisar as reivindicações dos médicos residentes. "Em negociação com os médicos residentes desde março de 2010, o governo federal está analisando outras reivindicações do grupo, como a ampliação do período de licença maternidade de quatro para seis meses e o estabelecimento da licença paternidade de cinco dias para médicos residentes", afirmou o Ministério da Saúde na nota.
Peritos
Em greve desde 22 de junho, representantes dos médicos peritos se reúnem, nesta terça-feira (17), com o ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, e o presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Valdir Moysés Simão, para negociar a regulamentação das duas horas de atividades diárias, além das seis horas ininterruptas de atendimento nas agências, e mais segurança nos postos.
O atendimento aos segurados nos postos do INSS vem sendo feito parcialmente, depois que a Justiça determinou que 50% dos médicos (1.850 profissionais em todo o país), não interrompessem o atendimento. Segundo a Fenam, com a greve, cerca de 300 mil novos pedidos de auxílio-doença estão parados.
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