Médicos residentes organizaram, ontem, uma paralisação de 24 horas em 13 estados para pedir mudanças no pagamento da bolsa-auxílio. Eles reivindicam um reajuste salarial de 38,7% após quatro anos sem aumento, a inclusão de auxílio-moradia, auxílio-alimentação e 13.º salário, além da fixação de data-base para disparar o gatilho de reajuste.
De acordo com os residentes, a bolsa-auxílio bruta paga pelo Ministério da Educação está na faixa de R$ 1,9 mil mensais. Com os descontos, contudo, o salário fica próximo de R$ 1,6 mil. Apesar de o foco da manifestação estar na questão da bolsa-auxílio, os residentes dizem enfrentar carga adicional de trabalho, ultrapassando as 60 horas semanais estabelecidas por lei.
Na maior parte dos hospitais do Brasil, de acordo com eles, o grosso do atendimento é realizado por médicos residentes e, em muitos casos, sem a orientação necessária, ao contrário dos objetivos da residência uma espécie de pós-graduação após a conclusão do curso de Medicina.
Os protestos ontem aconteceram em 13 estados do país: São Paulo, Amazonas, Bahia, Alagoas, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Maranhão, Pará, Paraíba, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Ceará e Santa Catarina. Na terça-feira, a paralisação aconteceu no Rio Grande do Sul e hoje deve ocorrer em Minas, Mato Grosso, Acre e Piauí.
Em São Paulo, cerca de 250 médicos residentes realizaram uma manifestação no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, no centro da cidade, ontem. Em Curitiba, os residentes fizeram ato simbólico à frente dos principais hospitais e se concentraram na Boca Maldita.
No Hospital de Clínicas, em Curitiba, os médicos residentes protestaram sem afetar o atendimento à população. "Os usuários não podem pagar esse preço", afirma Lucas Gennaro, residente em Radiologia e membro da Associação dos Médicos Residentes (Amerehc). A mesma posição foi adotada em todo o estado do Paraná. "Os atendimentos de urgência e emergência continuam funcionando normalmente. No serviço eletivo, os hospitais foram informados antes para se organizarem durante a paralisação", contou Maria Cecília Beltrame Carneiro, residente em Psiquiatria e membro da Associação dos Médicos Residentes do Paraná (Amerepar).
Em Cascavel, os 32 médicos residentes que atendem no Hospital Universitário aderiram ao protesto nacional. De acordo com a médica residente Taciana Rymsza, a paralisação foi parcial e afetou os serviços de ambulatório e cirurgias etivas. "Atendimentos de emergência permaneceram normais" diz.
De acordo com a Associação Nacional dos Médicos Residentes, a paralisação é apenas um alerta, mas, se não houver acordo, a categoria pode entrar em greve por tempo indeterminado.
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