A Polícia Civil do Espírito Santo indiciou na quinta-feira (22) seis médicos, dois diretores e uma enfermeira de dois hospitais capixabas por crime contra a saúde pública e lesão corporal grave por causa de um surto de micobactéria de crescimento rápido (MCR) ocorrido entre abril e julho de 2007. Esta é a primeira vez em que profissionais de saúde são acusados criminalmente por um surto de infecção hospitalar no País.

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Os acusados são o diretor-geral, Antonio Alves Benjamim Neto, e o diretor-clínico, Ivan Lima; os médicos Gil da Costa Gomes, Isaac Walker de Abreu, Luís Alberto Sobral Vieira Júnior, Adelmo Rezende da Costa, Leandro Correa Leal e Gustavo Peixoto Soares Miguel; e a enfermeira Cláudia Sales Martins do Nascimento. Todos trabalham no Hospital Meridional. Miguel e Cláudia atuavam ainda em outro hospital particular, o Santa Rita.

As acusações constam nas 800 páginas de dois inquéritos que investigavam 106 casos de infecção hospitalar pelo micro-organismo, todos ocorridos em pacientes submetidos a cirurgias com videolaparoscopia. Ainda estão em aberto mais nove inquéritos para investigar 86 casos registrados em outros nove hospitais da região metropolitana de Vitória no mesmo período.

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Nos inquéritos, os policiais apontaram que a infecção ocorreu por descaso na organização do centro cirúrgicos, que houve falha no reprocessamento de material, excesso de cirurgias em um mesmo dia, desinfecção insuficiente e reutilização de material descartável. Os inquéritos serão encaminhados hoje para o Ministério Público Estadual, que terá 15 dias para analisar as provas e abrir denúncia.