Sobrados exigem atenção redobrada
O coronel da Polícia Militar Roberson Luís Bondaruk, autor do livro Arquitetura contra o Crime, dedicou atenção especial aos sobrados, pois a pesquisa entre os detentos (que fundamentou a obra) mostrou que esse tipo de construção é um dos preferidos dos ladrões. "O principal problema do sobrado é a sacada. Muitas vezes ela é geminada com outro sobrado, ou encosta no muro do vizinho. E a pessoa coloca grades na porta e nas janelas inferiores e deixa o pavimento superior desguarnecido", comenta o coronel.
Segundo ele, alguns proprietários de sobrados têm aumentado as paredes, bloqueando a ligação com o muro. "Outros colocam grades, mas até a tela para impedir a queda de crianças ajuda. O ladrão teria que cortá-la e esse trabalho pode fazer com que ele desista."
O delegado Luiz Carlos de Oliveira, da Delegacia de Furtos e Roubos de Curitiba, aposta no bom relacionamento com os vizinhos para evitar roubos no período de viagens. "Às vezes um viaja e o da frente fica. É importante que o vizinho fique atento e veja movimentações estranhas." Em apartamentos, os moradores devem ficar atentos a fitas e outros materiais que obstruem o olho mágico. "Se isso acontecer, pode ter sido colocado por um ladrão. A pessoa deve retirar e comunicar a polícia."
Outras recomendações são para reforçar as portas com trancas internas. "Cadeados para fora não são recomendados, o ladrão vê que não tem ninguém." Quem mantém sistemas de monitoramento por câmeras deve ter um local de armazenamento escondido. "A câmera é de fundamental importância. Mas, em casas com câmeras, o ladrão costuma levar o computador. A pessoa deve manter em segredo um local onde armazene essas imagens, que ajudam a identificar e prender o ladrão."
Encontrar a casa arrombada depois de uma viagem é certamente um dos piores desfechos para as tão esperadas férias. Mas algumas medidas simples, que não representam gastos extras, podem ser eficazes na prevenção de arrombamentos e furtos durante as viagens. Afinal, os dados da polícia mostram que o fim de ano é a época preferida pelos ladrões para roubar residências. Segundo dados do geoprocessamento da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2008 foram registradas 15.916 casos de crimes contra o patrimônio na capital, média superior às dos demais meses do ano. A média é de 173 ocorrências por dia.
Como as recomendações da polícia não mudam muito (veja infográfico), é preciso ter em mente dois aspectos. O primeiro é passar a impressão de que há alguém em casa é aí que entram os conselhos básicos, como pedir para alguém recolher a correspondência ou abrir as janelas de vez em quando. O segundo é passar a ideia de que o dono se preocupa com a segurança. Para isso, explica o coronel da Polícia Militar Roberson Luís Bondaruk, autor do livro Arquitetura contra o Crime, é fundamental fugir da imagem de desleixo e desatenção. "Os ladrões sempre dão uma sondada, até para garantir a segurança deles", explica. "Capim crescendo e lixo não recolhido mostram que a pessoa é mais relaxada. O ladrão pode concluir que a casa tem estruturas deficitárias e que o dono pode ter esquecido a janela aberta, por exemplo."
Padrão de conduta
Durante a elaboração das pesquisas para o livro, Bondaruk contou com o apoio de um grupo de psicólogas e assistentes sociais que entrevistaram 287 presos no Paraná. Alguns dados chamam a atenção: 30% deles disseram preferir cometer furtos simples (bater uma carteira, por exemplo), 20% optaram pelo furto qualificado (quando precisam cometer um ato que qualifique o furto, como por exemplo arrombar uma casa) e 40% pelo roubo (quando há presença da vítima). Para 34%, a melhor maneira de invadir uma casa é o arrombamento, e para 35%, o uso de chaves falsas. A maioria dos ladrões prefere agir em locais com pouco trânsito de pessoas e de pouca claridade. E 71% deles disseram preferir invadir casas cercadas por muros ao invés de grades.
A partir de dados como esses e de outros que indicam um padrão de conduta dos ladrões, Bondaruk elaborou uma série de dicas para manter a casa segura em qualquer época do ano. Entre elas estão instalar grades em vez de muros, que obstruem a visão de quem está fora e podem fazer o ladrão se sentir mais "seguro" para invadir o local (o mesmo vale para os portões); não manter lixeiras perto do muro ou da grade, nem outros equipamentos que facilitem escaladas; e não fazer muros em forma de rampa, nem sacadas junto à lateral da casa. Essas e outras recomendações estão em cartilhas no site www.antidelito.net."Só os ladrões inexperientes se jogam de cabeça. Esses, muitas vezes, ficam presos em janelas, grades e chaminés", diz Bondaruk. "Os mais experientes verificam a estrutura da casa, são estudiosos da prática, verificam quando o morador é menos inteligente. Por exemplo, muita gente coloca um muro de 2,5 metros na frente da casa, mas na lateral o muro é baixo. Isso revela pouca malícia, indica que deve haver outros aspectos que facilitam a ação do ladrão." O coronel dá um conselho simples: quando viajar, o morador deve pedir para alguém recolher materiais de propaganda que são colocados nas grades. "Alguns criminosos colocam essas propagandas e no dia seguinte passam para ver se ainda estão lá." Outra recomendação é ter cães.
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