Puxando uma mala de rodinhas, o bancário Álvaro Barrote, de 39 anos, andava impaciente pelo saguão quadriculado do Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, às 15h de terça-feira. Tentava antecipar um voo para Belo Horizonte, onde teria uma reunião. Não que o compromisso tivesse mudado de horário. Ele é que não queria correr o risco de ficar ilhado no terminal por mais um temporal, daqueles típicos que atingem a capital no fim da tarde.

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"Não aguento mais ficar refém disso. Já tive dois voos seguidos cancelados por causa de chuva nesses dias", disse. No mesmo dia, caiu um temporal que fechou o aeroporto duas vezes, às 18h41 e às 19h20, bem no horário que Álvaro viajaria. Por sorte, conseguiu vaga no voo "pré-chuva", às 16h.

Assim como Álvaro, muitos passageiros de Congonhas estão fugindo dos horários em que voar por Congonhas pode virar uma dor de cabeça. Alguns preferem comprar logo o voo por outro aeroporto. O verão chuvoso deste começo de ano teve reflexos negativos nas operações de Congonhas. Só em fevereiro, tempestades fecharam o aeroporto em nove dias diferentes, do 1.º ao 26.

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Para o especialista em tráfego aéreo e consultor do Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo (SRPV-SP), Carlos Heredia, o Aeroporto de Congonhas não está mais suscetível a chuvas do que os outros aeroportos - o problema é o volume de chuvas na região.

Heredia explica que quando a visibilidade fica abaixo dos mil metros - mínimo estabelecido para aquele aeródromo - a única opção é fechar a pista. "É questão de segurança. Quando o piloto não tem visibilidade, também não tem tempo de tomar decisões necessárias na hora do pouso ou da decolagem", diz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.