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Reciclagem

Estudo revela carência de coleta seletiva de lixo

O número de cidades brasileiras com coleta seletiva de lixo mais que dobrou de 2000 a 2008, mas ainda assim apenas 1.087 municípios, ou 19,5%, têm alguma separação para reciclagem. Segundo a pesquisa Índices de Desenvolvimento Sustentável (IDS), em 2000, apenas 8,2% das cidades tinham coleta seletiva. Mesmo o Paraná, estado com a maior cobertura de coleta seletiva, tem 52,1% das cidades nessa situação.

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Na semana em que chefes de diversos Estados se reunirão na capital fluminense para discutir o futuro do planeta, durante a realização da Rio+20, o Instituto Bra­sileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou um panorama do desmatamento no Brasil. A pesquisa Indicadores de Desenvolvimento Sus­ten­tável 2012, divulgada on­tem, mostra que, com as preocupações voltadas para a Amazônia, onde está reunida a maior biodiversidade do planeta, pouca atenção é dada ao resto do território brasileiro.

O IDS mostra tendência de queda no desmatamento da Amazônia, hoje com 20% da área original derrubada. Os demais ecossistemas, contudo, apresentam devastação maior. A Mata Atlântica é o bioma com cenário mais preocupante, com apenas 12% da área original ainda preservada. Originalmente, o Brasil apresentava quase 129 milhões de hectares de Mata Atlântica, que cobria 17 estados da federação. O desmatamento, no entanto, fez com que a área coberta pelo ecossistema passasse para 15 milhões de hectares em 2010, segundo os dados mais atualizados do IBGE. A maioria dos estados ficou abaixo da média nacional de preservação do ecossistema. O pior resultado foi registrado em Goiás, com 5% de área preservada.

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O Paraná é o estado com a quarta maior área de Mata Atlântica preservada. Dados do IBGE revelam que o estado ainda possui 11% de toda a floresta que existia no território. A porcentagem, porém, é menor do que o índice nacional e coloca o estado atrás da vizinha Santa Catarina (23%), do Rio de Janeiro (20%), de São Paulo (16%) e Pernambuco (13%). O estado aparece ao lado do Espírito Santo, também com 11%.

Metodologia

De acordo com a diretora de Gestão do Conhecimento da SOS Mata Atlântica, Márcia Hirota, estados como Piauí, Bahia e Minas Gerais ainda apresentam índices preocupantes de desmatamento da Mata Atlântica. A vegetação, segundo ela, está sendo substituída pela produção de carvão e pelo plantio de eucalipto. "Isso é resultado da falta de esforço coletivo no cumprimento da lei e na fiscalização", diz.

Márcia explica que o índice apresentado pelo IBGE não mostra com clareza como está a situação da área de Mata Atlântica. "Temos o problema de áreas que não são originais, como a Floresta da Tijuca (no Rio de Janeiro, que foi incluída no estudo do IBGE ao lado de áreas remanescentes). Nós temos lá uma mata em boas condições, mas ela é uma área reflorestada, que perdeu boa parte da biodiversidade. E isso se repete em outros locais".

Ela comenta que, diferentemente do estudo do IBGE, o Atlas de Remanescentes Florestais, da SOS Mata Atlântica, mostra 7,9% de áreas remanescentes, considerando apenas a mata com mais de 100 hectares. Se forem contadas também as regiões menores, a partir de três hectares, o índice chega a 13,3%. O IBGE também não considera a Mata Atlântica no Piauí, estado ainda sem avaliação.

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Outros ecossistemas

Depois da Mata A­tlân­tica, os Pampas gaúchos foram os que apresentaram maior índice de desmatamento, com 54,2% do bioma destruído até 2009. O Cerrado aparece com 49,1% de devastação. No Paraná, a derrubada do Cerrado chega a 70% da vegetação original.

Florestas em áreas privadas correm risco

O índice de desmatamento da Mata Atlântica no Paraná está abaixo do apresentado em outras unidades da federação, segundo especialistas das organizações não governamentais ouvidos pela Gazeta do Povo. De acordo com Maria Hirota, o estado tem, junto com São Paulo, a maior área contínua do ecossistema, localizada principalmente nas áreas de encostas e relevos acidentados.

Apesar do panorama positivo, muitas regiões do estado ainda podem registrar desmatamento, em especial na região central. Segundo o coordenador do projeto de restauração da Floresta Atlântica da ONG Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), Ricardo Miranda de Britez, o interior do estado apresenta áreas dispersas localizadas em propriedades privadas. A situação, segundo ele, leva a crer que esses remanescentes estão em risco. "A maioria das áreas não é de reserva e corre o risco de ser derrubada. O proprietário tem interesse em algum tipo de uso daquela área", afirma.

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Britez pondera que as áreas mais visadas para o desmatamento são aquelas com mata de araucárias, um dos ecossistemas que faz parte da Mata Atlântica e que está praticamente extinto.