As empresas que coletam água ou despejam efluentes no Rio Iguaçu, no trecho que vai de Curitiba a União da Vitória, no Sul do estado, irão receber, a partir de setembro, boletos de cobrança pelo uso dos recursos naturais. A estimativa é que sejam arrecadados R$ 6 milhões ao ano, que devem ser aplicados em projetos que melhorem as condições da bacia hidrográfica do chamado Alto Iguaçu. A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), responsável por 75% de tudo o que é captado ou lançado no rio, ainda não informou se deve repassar as novas despesas para os usuários.
A cobrança será feita mensalmente pelo Instituto das Águas do Paraná e o dinheiro deverá ser destinado ao fundo estadual de recursos hídricos, em uma conta específica do Alto Iguaçu. De acordo com a lei, os recursos só podem ser aplicados na própria bacia. Inicialmente, a previsão é realizar projetos de monitoramento da qualidade do rio e de educação ambiental. "O que será pago é só uma pequena parte do que é necessário para investir", comenta Everton Souza, diretor executivo do Instituto das Águas do Paraná.
Como estratégia para estimular o uso racional e exigir uma contrapartida de quem se beneficia diretamente dos rios, a cobrança é fruto de um trabalho que está sendo pensado e reestruturado há 16 anos. No foco principal estão companhias de saneamento e indústrias, que utilizam a água dos rios para processos operacionais como fabricação de produtos ou limpeza de equipamentos e para o para o despejo de esgoto ou fluídos resultantes do sistema produtivo. No Paraná, os agricultores estão isentos. Também usuários de até 50 metros cúbicos por dia não receberão boletos.
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