Medição
Hidrômetro pode gerar economia e ajudar a evitar desperdício
Está previsto que a cobrança pelo uso da água será pelo volume outorgado ou seja, pela quantidade que a empresa foi autorizada pelo governo a captar. Contudo, a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) defende que sejam instalados hidrômetros para medir quanto cada empresa usa. Assim, além de pagar o valor pelo volume usado, as empresas teriam um incentivo para repensar os processos buscando economia. O uso de hidrômetros também é aprovado por ambientalistas. Algumas empresas já trabalham com hidrômetro na captação. O valor dos aparelhos varia de acordo com a capacidade de vazão e com a tecnologia usada, começando em R$ 160 e podendo chegar a preços com cinco dígitos. Hoje, o Instituto das Águas do Paraná não tem um sistema de verificação, semelhante ao dos funcionários da Sanepar, que vão de casa em casa conferir o consumo. Assim, a empresa teria de declarar quanto captou. Irineu Roveda Júnior, coordenador do conselho temático de meio ambiente da Fiep, conta que há quatro reivindicações: pagar apenas o que é usado; ter a certeza de que o dinheiro será aplicado na própria bacia hidrográfica; receber algum tipo de retorno quando devolver ao rio água em melhores condições do que a que foi captada; e saber quais as regras vão valer no futuro, para ter a certeza de que o valor não será majorado em breve.
As empresas que coletam água ou despejam efluentes no Rio Iguaçu, no trecho que vai de Curitiba a União da Vitória, no Sul do estado, irão receber, a partir de setembro, boletos de cobrança pelo uso dos recursos naturais. A estimativa é que sejam arrecadados R$ 6 milhões ao ano, que devem ser aplicados em projetos que melhorem as condições da bacia hidrográfica do chamado Alto Iguaçu. A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), responsável por 75% de tudo o que é captado ou lançado no rio, ainda não informou se deve repassar as novas despesas para os usuários.
A cobrança será feita mensalmente pelo Instituto das Águas do Paraná e o dinheiro deverá ser destinado ao fundo estadual de recursos hídricos, em uma conta específica do Alto Iguaçu. De acordo com a lei, os recursos só podem ser aplicados na própria bacia. Inicialmente, a previsão é realizar projetos de monitoramento da qualidade do rio e de educação ambiental. "O que será pago é só uma pequena parte do que é necessário para investir", comenta Everton Souza, diretor executivo do Instituto das Águas do Paraná.
Como estratégia para estimular o uso racional e exigir uma contrapartida de quem se beneficia diretamente dos rios, a cobrança é fruto de um trabalho que está sendo pensado e reestruturado há 16 anos. No foco principal estão companhias de saneamento e indústrias, que utilizam a água dos rios para processos operacionais como fabricação de produtos ou limpeza de equipamentos e para o para o despejo de esgoto ou fluídos resultantes do sistema produtivo. No Paraná, os agricultores estão isentos. Também usuários de até 50 metros cúbicos por dia não receberão boletos.
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