Incentivo
Edital garante dinheiro para 13 projetos de pesquisa no Paraná
Ao total, R$ 1,5 milhão deve ser aplicado em 31 novos projetos aprovados pela seleção organizada pela Fundação Boticário e pela Fundação Araucária. Destes, 13 são do Paraná. Concorreram aos recursos 283 propostas de todo o país. Leide Takahashi, gerente de projetos ambientais da Fundação Boticário, explica que os trabalhos são avaliados por 150 consultores voluntários. Para ela, o sistema de edital, além de permitir igualdade de concorrência, leva a um processo de profissionalização das propostas.
Entre os projetos aprovados estão "Prevenção e controle de espécies arbóreas exóticas invasoras nas unidades de conservação de Curitiba" e "Exploração de frutos da palmeira juçara como estratégia para conservação da espécie e alternativa de renda para agricultores familiares, quilombolas e outras comunidades tradicionais do Litoral do Paraná". Desde 1991 a Fundação Boticário financia projetos por meio da seleção por edital. A próxima chamada abre no final de janeiro e vai até 31 de março. (KB)
A parte mais empolgante do trabalho dos pesquisadores Pablo Melo Hoffmann e Christopher Thomas Blum é entrar na mata em busca de árvores raras ou ameaçadas da floresta de Araucária. Eles procuram por exemplares saudáveis e adultos que possam ser fornecedores de material genético capaz de assegurar que as espécies não desapareçam no futuro. Por enquanto, o trabalho de dois anos já deu frutos ou melhor, sementes e mudas. Mas há muito mais a fazer: das 88 "procuradas", apenas 30 foram localizadas até agora.
Os engenheiros florestais já percorreram dez cidades, como Lapa, São João do Triunfo e Palmas, em busca de áreas de preservação ou unidades públicas de conservação que possam "esconder" árvores conhecidas (mas cada vez menos encontradas), como Imbuia e Canela Sassafrás, outras menos famosas, como Saputa e Canemaçu, e até espécies que não têm nome popular apenas denominação científica. Até agora foram cadastrados 492 exemplares. As árvores recebem uma plaqueta, são marcadas com fita plástica e uma tinta especial azul, e têm a localização por GPS registrada. As descobertas em campo foram para viveiros, onde as características de germinação de cada espécie passaram a ser estudadas.
"Ter um banco de dados sobre matrizes é o primeiro passo para a criação de um banco de sementes. E, de certa forma, um cadastro de matrizes é mais importante que um banco porque algumas sementes perdem a capacidade de germinar depois de um tempo guardadas", comenta Blum. O trabalho é desenvolvido pela Sociedade Chauá e é um dos financiados pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza (veja acima). Foram R$ 40 mil para a primeira fase, que terminou em 2012, e mais R$ 40 mil para a etapa que começa agora.
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