Osvaldo Navaro Alves, engenheiro(leia mais no primeiro quadro)| Foto: Antônio Costa/Gazeta do Povo

Capital tem paraísos preservados

Curitiba aparece no Censo Demográfico como uma das cidades mais arborizadas do Brasil e, apesar de os dados serem questionáveis, é inegável que a capital paranaense tem melhorado no quesito preservação ambiental. De 2000 para 2011, o número de metros quadrados de cobertura vegetal por habitante aumentou, de 51,5 m2 para 64,5 m2. A cidade também é pioneira na criação do que se chamou de Reserva Particular do Patrimônio Natural Municipal (RPPNM). Existem cinco delas na capital, e a última qualificada pertence ao engenheiro Osvaldo Navaro Alves (foto). "Moro há 35 anos aqui [Pilarzinho]. Me sinto mais saudável do que nunca", diz. Os donos de RPPNM recebem desconto ou isenção do IPTU e, se preservarem a área, podem ganhar potencial construtivo para vender. "O proprietário de áreas verdes precisa ter vantagens, porque senão acaba cortando", afirma Osvaldo. Incentivar a preservação de espaços particulares é importante também pois eles são mais representativos que as áreas públicas: 3% dos espaços verdes de Curitiba são públicos e 15% são particulares.

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Campeãs

Goiânia e Belo Horizonte têm a melhor estruturas urbanas

Folhapress

Goiânia e Belo Horizonte têm as melhores estruturas urbanas entre os municípios com mais de 1 milhão de habitantes, segundo a pesquisa do IBGE. No outro extremo do ranking, Belém apresentou as piores condições no entorno dos domicílios, com 44,5% deles com a presença de esgoto a céu aberto e 10,4% com lixo acumulado nos logradouros.

A iluminação em todas as ruas é garantida em apenas 1,96% dos municípios brasileiros (109 dos 5.545), segundo a pesquisa. A maior parte deles está localizada no estado de São Paulo, seguido do Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Os municípios brasileiros com todas as ruas asfaltadas são 0,59% (33), sendo que apenas 0,2% (11) têm todos os endereços identificados em placas e 0,07% (4) tem calçadas. Os estados que se destacam são São Paulo e Goiás.

4,7% das casas

têm rampa na quadra onde estão localizados. No entorno dos domicílios pobres, de renda de até um quarto do salário mínimo per capita, a proporção é de apenas 1% e chega a 12% nos domicílios com mais de dois salários mínimos per capita da renda. No Sul e Centro-Oeste, são 7,8% de residências com rampa para cadeirantes no quarteirão.

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Fim da fama

Os dados do Censo 2010 tiram Curitiba do posto de Capital Ecológica?

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As ruas mais bonitas do mundo têm uma fileira de árvores dos dois lados da rua que, por cima, revelam um corredor verde. A arborização, que normalmente é pré-requisito para tornar uma rua bela, é um dos aspectos positivos de Curitiba e de outras quatro cidades brasileiras. Goiânia, Campinas, Belo Horizonte, Porto Alegre e a capital paranaense estão, nesta ordem, entre as cidades – acima de um milhão de habitantes – mais arborizadas do Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a partir de dados do Censo Demográfico 2010: Características urbanísticas do entorno dos domicílios. Goiânia tem 89,5% de arborização e Curitiba tem 76,4%.

O Paraná tem uma média parecida com a de Curitiba: 77,1% do estado é arborizado – valor acima da média nacional (67,4%). Observando as cidades paranaenses, os dados também são expressivos: existem 146 municípios com 95% ou mais de arborização e apenas 68 que têm taxa de arborização de 0% a 60%. Para se chegar a esses resultados, os agentes censitários do IBGE observaram se existia uma árvore na rua (quadra) onde estava a residência e, se existisse, era assinalado que no entorno da casa havia arborização. É justamente esse critério usado pelo censo que é criticado pelos ambientalistas.

"Dizer que em 96% de Londrina há arborização é absurdo. Sabemos que há vários espaços sem árvores. Os números são muito discutíveis", afirma o ambientalista e colunista da Gazeta do Povo Efraim Rodrigues. No Paraná, sem levar em conta o número de habitantes por município, existem nove cidades que são 100% arborizadas (como Arapuã, Lobato, Guaporema e Miraselva). Em contrapartida, aparecem municípios como Tunas do Paraná e Campina do Sião que não têm nem 1% de arborização, o que quer dizer que não há árvores em praticamente todas as ruas.

Conservação

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Pela primeira vez o censo trabalha com este critério, mas para o diretor da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem (SPVS), Clóvis Borges, é preciso aprimorar o levantamento. "O fato de ter uma árvore perto de casa me permite falar sobre a qualidade de vida [sombra na rua], mas não da conservação da natureza", diz ele. A questão é que uma árvore sozinha não garante a biodiversidade, tampouco ter uma rua cheia de árvores da mesma espécie. "O ideal seria que pelo menos a rua tivesse várias espécies diferentes de árvores nativas", diz Borges.

Se as cidades fossem arborizadas como aponta o censo, diz Rodrigues, haveria outra situação de biodiversidade. "Haveria várias espécies de animais vivendo nas cidades e não apenas algumas", diz.

O arquiteto de ambientes urbanos Luiz Paulo Coelho Reis assinala que seria bom se houvesse árvores frutíferas e de várias outras espécies em um mesmo ambiente. E que na hora de decidir qual espécie plantar, que se pensasse na sustentabilidade: as árvores consomem carbono em período de crescimento. "Escolher as que mais crescem ajudaria o planeta", diz ele.

Saneamento12% da população vive em áreas com esgoto a céu aberto

Agência Estado

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Pelo menos 18,5 milhões de pessoas – quase a população de Minas Gerais – vivem em áreas urbanas com esgoto a céu aberto diante de suas moradias. Elas representam 12% da população pesquisada pelo IBGE no levantamento sobre o entorno dos domicílios. Os números do Censo 2010 mostram que 11% das moradias em áreas urbanas estão próximas a valas ou córregos onde o esgoto domiciliar é despejado diretamente. São 5,1 milhões de residências.

Um quarto (24,9%) dos domicílios pobres, com renda per capita mensal de até um quarto do salário mínimo, está diante de esgoto a céu aberto, proporção de cai para apenas 3,8% nas moradias com renda superior a dois salários mínimos por pessoa. Um terço (32,2%) das moradias da Região Norte tem esgoto a céu aberto no entorno. A menor proporção, de 2,9%, está no Centro-Oeste.

Sem favelas

Os resultados seriam ainda piores se o levantamento incluísse todos os domicílios de favelas, mas a pesquisa excluiu as "áreas sem ordenamento urbano regular", equivalente à maior parte do território das favelas. Segundo o IBGE, foram analisados apenas os domicílios que estão em quadras ou quarteirões.

Os recenseadores encontraram 2,3 milhões de domicílios (5% do total), onde vivem 8 milhões de pessoas, com lixo acumulado na parte externa, na data da coleta de dados.

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Bons índices

A iluminação pública é o item com melhores resultados na pesquisa e está no entorno de 96,3% dos domicílios de todo o país. A pavimentação também é bem avaliada, chegando a 81,7% das residências, ou seja, quase 20% dos domicílios urbanos brasileiros estão em ruas sem asfalto, paralelepípedo ou outro tipo de pavimentação.