Ela, nutricionista. Ele, farmacêutico. As profissões do casal Cristiane e Fernando Parreira de Azevedo não dão nenhuma pista das preocupações ecológicas que marcam fortemente o cotidiano deles. Com todas as atividades pensadas de forma a causar o menor impacto possível, eles provam que todo mundo pode ser, ao menos um pouco, "ambientalista".
Tudo na vida dos Azevedo tem reflexos ecológicos. A casa construída no bairro Abranches, em Curitiba, usa materiais pouco impactantes. A comida é orgânica e evita-se carne. Quase nenhuma produção de lixo é destinada ao aterro e as fraldas da primeira filha são de pano.
A aproximação com um ambiente mais natural ocorreu no momento em que Cristiane, ainda criança, foi morar em uma chácara por aproximadamente quatro anos. Quando ela conheceu Fernando, a percepção ecológica se amplificou. "Desde pequeno tenho esse interesse preservacionista. É da minha personalidade, não sei pontuar quando isso aconteceu", comenta ele.
Uma das atitudes do casal que mais chamou a atenção dos conhecidos foi a decisão de usar fraldas de pano na filha Isa, hoje com 11 meses. "No começo, eu brincava com o Fernando, perguntando quem é que ia lavar", conta Cristiane, dando risada. "Mas quem lava é a máquina", complementa. Ela afirma que, além de poupar o mundo de uma montanha de lixo que não pode ser reciclado, ainda economizou dinheiro. As calças plásticas, estampadas e compradas pela internet, custam aproximadamente R$ 25 cada. As peças de pano ela mesma costurou, com camadas de flanela e atoalhados, mas há modelos disponíveis na faixa de R$ 7 a unidade.
Cristiane reconhece que a troca precisa ser mais constante, mas enfatiza que, assim, a mãe tem a oportunidade de observar melhor a rotina do bebê. E acredita que está agindo também para evitar que a filha tenha alergias (dos produtos químicos das fraldas descartáveis). "Todo mundo pode ter essas atitudes como essas. Dá um pouco mais de trabalho, mas não é nada exagerado", diz.
Hábitos
Os Azevedo preferem alimentos orgânicos, sem agrotóxicos e evitam carne. "É uma questão ambiental, mas também de saúde e de preocupação com os animais", explica Cristiane. A festa do primeiro ano de Isa está sendo planejada sem o uso de descartáveis. "Não sou um extraterrestre. Levamos uma vida totalmente normal, mas adotamos atitudes que são avaliadas porque tudo o que fazemos tem impacto, tem consequência", afirma Fernando.
Construção
A casa dos Azevedo, construída há menos de um ano, foi feita com tijolo ecológico (uma base de barro, pedra e pouco cimento, prensada e seca naturalmente, sem passar pelo forno). Como as paredes são de tijolo aparente, o casal economizou em tinta e reboco, por exemplo, além de ter gerado pouco resíduo de construção. Há reservatório de água da chuva e a distribuição das janelas favorece a iluminação natural.
Lixo
Além de separar os dejetos que podem ser reciclados, o casal faz a compostagem do lixo orgânico no quintal. Minhocas processam o lixo num recipiente que os moradores adaptaram e o produto final é utilizado no jardim e na horta. "Essas práticas estão acessíveis a todo mundo. Não é um sacrifício e é algo de que se vê o resultado, com mais saúde para nós e para o planeta", comenta Cristiane, que pretende passar os mesmos valores para a filha Isa.
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Exemplos
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