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Apesar de a taxa de desmatamento da Amazônia vir apresentando sucessivas quedas de um ano para o outro, a perda de cobertura florestal de mais de 6 mil km² por ano está colocando as aves da região em alto risco de extinção. O alerta é da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) e da ONG BirdLife International, que divulgaram nesta quinta-feira (7), uma atualização da chamada lista vermelha da IUCN de espécies ameaçadas de extinção.

O levantamento mostrou que o risco de extinção aumentou substancialmente para cerca de cem espécies da Amazônia, principalmente aquelas com maior expectativa de vida, como o chororó-do-rio-branco (Cercomacra carbonaria), para o qual mesmo uma taxa moderada de desmatamento pode ter impacto.

A pesquisa também destacou o caso do joão-de-barba-grisalha (Synallaxis kollari), que já teria perdido mais de 80% de seu habitat nas últimas décadas e alcançou o status de criticamente ameaçado - o nível mais preocupante da lista vermelha.

Para os organizadores do estudo, baseado em modelos que projetaram o tamanho e o padrão de desmatamento na Amazônia, o risco de extinção das aves locais tinha sido subestimado até então. Eles especulam que a mudança em curso do Código Florestal pode levar a um cenário ainda pior nos próximos anos. E clamam para que o governo brasileiro cumpra os compromissos internacionais de combate à perda de biodiversidade e crie novas áreas protegidas.

O levantamento considerou ainda outras regiões do planeta, numa revisão da situação de mais de 10 mil espécies de aves. A situação também se mostrou preocupante no norte da Europa e na África. No total, 130 espécies são consideradas extintas; 4 extintas na natureza (mas existentes em cativeiro); 197 estão criticamente ameaçadas, 389 ameaçadas; 727 vulneráveis; e 880 quase ameaçadas. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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